A Polícia Federal intimou o ex-presidente Bolsonaro (PL) para depor no próximo dia 22 sobre uma suposta “tentativa de golpe de Estado”. No domingo (25), está marcado um mega-ato na Avenida Paulista, em São Paulo, convocado pelo próprio Bolsonaro.
No início da tarde, a equipe de defesa de Bolsonaro solicitou a Alexandre de Moraes o adiamento do depoimento neste momento. Os advogados alegaram não ter acesso a todo o material utilizado na investigação para embasar a defesa. Conversas obtidas por meio da quebra de sigilo de dispositivos apreendidos durante o inquérito são mencionadas.
“Acesso completo a esses elementos é crucial para garantir o exercício do direito de defesa — e mesmo de resposta ao público — de maneira adequada e efetiva”, afirmou a defesa.
A equipe de defesa também ressaltou que “quase dez meses se passaram desde a primeira busca e apreensão dos aparelhos celulares, meses nos quais o peticionário não só foi alvo de ataques, mas também questionado com base em conteúdo de mídias às quais não teve acesso”. “Em outras palavras, tem sido alvo de críticas e pré-julgamentos sem condições mínimas de formalizar qualquer resposta, devido à cegueira imposta.”
Outros alvos da operação, como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-ministro e candidato a vice na chapa de Bolsonaro, general Braga Neto, também foram intimados a depor nesta semana.
No entanto, Alexandre de Moraes rejeitou o pedido. Em sua decisão, Moraes destacou que Bolsonaro, na condição de investigado, tem o direito de optar por ficar em silêncio ou responder durante o interrogatório. No entanto, não cabe a ele decidir “previamente e genericamente sobre a possibilidade de realização de atos processuais durante a investigação criminal”.
Moraes afirmou que a defesa do ex-presidente já teve acesso aos autos contendo todas as provas disponíveis, exceto aquelas necessárias para diligências em andamento.
“Portanto, o investigado não tem razão ao afirmar que não teve acesso integral a todas as diligências realizadas e provas reunidas nos autos, nem lhe cabe escolher a data e o horário de seu interrogatório”, justificou o ministro. E mais: Lula convoca embaixador em Israel de volta ao Brasil e recusa pedido de desculpas. Clique AQUI para ver. (Fotos: EBC; STF; Fonte: UOL)