Lula convoca embaixador em Israel de volta ao Brasil e recusa pedido de desculpas

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Lula tomou a decisão de convocar para consultas o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, em resposta às recentes tensões diplomáticas desencadeadas após suas declarações sobre as ações de Israel na Faixa de Gaza. Conforme informações obtidas pelo Estadão, Meyer chegará ao Brasil na próxima quarta-feira (21) e permanecerá cerca de dez dias no país.

A medida foi uma resposta direta ao fato de Israel ter convocado o diplomata brasileiro para uma reprimenda ao Brasil após as declarações de Lula. Essas declarações causaram uma crise diplomática entre o Brasil e o governo israelense, resultando na declaração de Lula como persona non grata em Israel até que se retrate.

O Ministério das Relações Exteriores, em nota, informou que “diante da gravidade das declarações desta manhã do governo de Israel“, o ministro Mauro Vieira convocou o embaixador israelense Daniel Zonshine para uma reunião no Palácio Itamaraty, no Rio, nesta segunda-feira, dia 19. O ministro está no Rio para liderar uma reunião de chanceleres do G-20, a partir de quarta-feira.

A convocação de Meyer foi uma decisão cuidadosamente calculada pelo governo petista como uma forma de expressar sua insatisfação com a maneira pela qual as autoridades israelenses responderam às declarações de Lula. A convocação representa mais um gesto firme na crise diplomática desencadeada por Lula, embora seja uma medida temporária. O petista pretende se reunir pessoalmente com o embaixador, mas não tem planos de removê-lo do cargo, pelo menos por enquanto.

A decisão de convocar Meyer foi tomada após uma série de conversas entre Lula e alguns ministros e conselheiros próximos. Ele se reuniu para avaliar a crise diplomática no Palácio da Alvorada, onde discutiu com o ministro Paulo Pimenta (Comunicação Social) e com o assessor especial e ex-chanceler Celso Amorim, entre outros.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, conversou com Lula e outros membros do governo por telefone. Ele foi responsável por ligar para o embaixador e informar que o presidente havia decidido chamá-lo de volta a Brasília.

O episódio da convocação de Meyer foi visto por membros do governo como uma situação delicada. O embaixador se viu em uma espécie de “armadilha”, segundo fontes governamentais, pois não fala nem compreende hebraico e acabou exposto diante das câmeras, sem poder reagir, enquanto o chanceler israelense, Israel Katz, anunciava à imprensa que Lula havia sido declarado persona non grata no país.

O Itamaraty já estava desconfortável com a forma como a reprimenda foi conduzida pela chancelaria israelense. Em vez de uma reunião reservada na sede do Ministério das Relações Exteriores, como é o padrão diplomático, o governo Netanyahu optou por marcar um encontro no Yad Vashem, um memorial do Holocausto. Diplomatas consideraram que foi montado um espetáculo midiático e que o representante do presidente foi humilhado na situação.

Durante o encontro no memorial, o embaixador brasileiro ouviu as queixas dos israelenses, expressou as preocupações do governo brasileiro, mas não fez comentários sobre as declarações do chefe petista. Sua postura, segundo fontes do Estadão, indicava a indisposição de Lula em pedir desculpas publicamente.

Após a reunião no Alvorada, o ministro Pimenta, que já havia defendido Lula durante o fim de semana, afirmou que o ministro Mauro Vieira seria o responsável por fazer pronunciamentos sobre o assunto.

No entanto,  Janja da Silva se apressou e usou as redes sociais para reiterar o apoio ao marido e criticar Israel, argumentando que as declarações de Lula se referiam ao governo israelense e não ao povo judeu. Essa manifestação sugere que a crise diplomática ainda está longe de ser resolvida. E mais: Empresa fundada por líder petista na Câmara de SP pagava R$ 70 mil por semana ao PCC. Clique AQUI para ver. (Foto: Palácio do Planalto; Fonte: Estadão)

 

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