De acordo com a colunista Dora Kramer, da Folha de S. Paulo, o ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, foi o único integrante do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a solicitar sua saída do cargo. No entanto, recebeu um apelo direto para permanecer na função.
Mucio não condicionou sua permanência a contrapartidas, mas, segundo a colunista, obteve um compromisso importante do governo:
o apoio à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que determina que militares que disputem eleições sejam automaticamente transferidos para a reserva, mesmo que não sejam eleitos.
O tema já foi discutido por Lula com o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT), e com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). A PEC foi apresentada em 2023, mas sua tramitação está paralisada devido à resistência no Congresso e à falta de articulação do Planalto.
De acordo com Dora, a decisão de permanecer foi tomada em uma conversa pessoal com Lula. Durante a reunião, realizada na última sexta-feira, Lula fez um pedido direto para que ele permanecesse no cargo: “de amigo”.
Lula evitou entrar diretamente em temas sensíveis, mas, conforme aponta Dora Kramer, mencionou indiretamente o indiciamento de militares e a iminência da decisão da Procuradoria-Geral da República sobre o inquérito relacionado à susposta tentativa de golpe de Estado.
Sobre a PEC que impõe restrições a militares candidatos, José Mucio garantiu que não há objeções dentro das Forças Armadas. Pelo contrário, ele acredita que a medida contribuirá para afastar a política dos quartéis, beneficiando tanto as instituições militares quanto o país, como aponta a jornalista.
Ainda assim, a permanência de Mucio não está garantida até o fim do governo. Segundo Dora Kramer, o ministro segue inclinado a deixar o cargo, mas aceitou o pedido de Lula para permanecer ao menos até dezembro de 2025. Clique AQUI para ler na íntegra. (Foto: EBC/Palácio do Planalto; Fonte: Folha de SP)