A bancada do PDT na Câmara dos Deputados decidiu, nesta terça-feira (6), não seguir mais de forma automática o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A escolha por uma posição de independência veio poucos dias após o presidente licenciado do partido, Carlos Lupi, pedir demissão do comando do Ministério da Previdência, em meio a investigações de fraudes no INSS.
O movimento é visto como uma reação ao que parlamentares da legenda consideraram um “desgaste público” de Lupi, interpretado como falta de consideração por parte do Palácio do Planalto.
Deputados afirmam que o desligamento de Lupi foi o ponto final de uma sequência de desconfortos acumulados desde a entrada do partido na base governista em 2023.
“Não temos condições de ser oposição, não vamos nos agrupar ao PL. Mas temos pautas identitárias que casam com o governo. Deixamos a base e ficamos independente”, afirmou um dos deputados da legenda ao g1, sob reserva.
Segundo o líder do PDT na Câmara, deputado Mário Heringer (MG), a decisão de adotar a independência foi consensual: “Foi unânime pela independência”, declarou.
A escolha de Wolney Queiroz para assumir a pasta da Previdência também gerou críticas internas. Deputados apontam que ele não representa a bancada da Câmara, reforçando a percepção de que o partido foi desconsiderado nas negociações ministeriais.
Atualmente com 17 parlamentares na Casa, o PDT vinha integrando a base de apoio ao governo Lula desde a posse. Em 2022, a legenda lançou Ciro Gomes como candidato à Presidência, mas acabou apoiando Lula no segundo turno.
O episódio reacendeu discussões internas sobre os rumos do partido em 2026, incluindo a possibilidade de uma nova candidatura própria ao Planalto.
A presidente do PT e ministra Gleisi Hoffmann comentou brevemente a decisão: “Respeitamos o posicionamento da bancada e seguimos dialogando com o PDT, contando com o apoio do partido nas matérias de interesse do país”. E mais: Moraes diz estar “magoado” por quantidade de pedidos de suspeição. Clique AQUI para ver. (Foto: EBC; Fonte: G1)