Países do BRICS trabalham para criar nova moeda para fazer frente ao dólar

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O presidente da Rússia, Vladmir Putin, afirmou que os países do BRICS trabalham para a criação de uma nova moeda reserva para fazer frente ao dólar. “A questão da criação de uma moeda de reserva internacional baseada no cabaz de moedas dos nossos países está a ser desenvolvida”, disse Putin, acrescentando que os mecanismos de pagamentos internacionais alternativos também estão em curso.

Assim, uma nova moeda pode ser criada com base no valor de moedas dos países BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul), disse o líder russo nessa semana.

Segundo o site ‘unherd.com’, analistas apontam que a nova moeda BRICS teria 33% das reservas mundiais. O dólar cairia de 59 para 39%. Ou seja, a nova moeda entraria forte no curto prazo e com potencial de substituição muito grande no médio prazo.

Segundo ele, a Rússia oferece aos Estados BRICS a ligação dos seus sistemas financeiros ao Sistema de Transferência de Mensagens Financeiras (conhecido pelas iniciais russas como SPFS) do Banco Central Russo. O SPFS é uma alternativa ao SWIFT, do qual alguns dos principais bancos russos foram desconectados.

Além disso, a utilização dos cartões de pagamento russo “Mir” está expandindo por outros países. O Mir é uma alternativa russa aos sistemas de pagamento Visa e MasterCard (que abandonaram o mercado russo).

“O BRICS está se transformando na plataforma mais eficaz no mundo de ajuda aos países em desenvolvimento”, diz um artigo publicado pela agência de notícias chinesa Xinhua. Os países obtêm sucesso em implementar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável baseados nos princípios da “xiconomia”, liderada pela China.

Exemplo brasileiro
Reportagem da agência russa Sputinik (com tradução para diversos idiomas) examina os resultados das atividades que o Novo Banco de Desenvolvimento (Banco do BRICS) está atingindo a fim de acelerar o crescimento econômico dos países do grupo.

No Brasil, segundo a reportagem, o estado brasileiro do Pará apresenta-se como o exemplo mais notável de como uma das regiões mais pobres do país se converteu em uma área com uma infraestrutura modernizada com o apoio financeiro o grupo.

O estado possui um dos portos mais movimentados do Brasil e uma vasta diversidade em riquezas minerais e agrícolas. No entanto, diz a publicação, durante décadas a população local tem lutado para poder aproveitar a abundância natural para seu próprio bem-estar.

“A falta de fundos para grandes projetos, como estradas ou linhas de transmissão, fez com que a integração do estado com os mercados no sul do país, bastante rico, fosse adiada. A população local tem acesso limitado a uma infraestrutura menor que lhes ajuda a ganhar dinheiro diretamente”, diz o artigo.

Dos 26 estados da República Federativa do Brasil, o Pará é quinto em termos de PIB per capita, antes de tudo devido a uma escassez crónica de infraestrutura. Contudo, segundo a publicação, a situação está mudando.

Em particular, em 2018 e 2021 o Novo Banco de Desenvolvimento concedeu empréstimos de mais de US$ 200 milhões (R$ 1,1 bilhão) para construir estradas, pontes, bem como instalações de saneamento e comunicação no Pará.

Desde sua criação em 2015, o NBD [Novo Banco de Desenvolvimento] já aprovou mais de 80 projetos, incluindo de transportes, energia e outros tipos de infraestrutura, com um portfólio total de cerca de US$ 30 bilhões.

A cooperação comercial entre os países do BRICS atingiu um progresso notável: em 2021, diz o artigo, o volume total de trocas comerciais alcançou quase US$ 8,55 trilhões (R$ 44,8 trilhões). Rosalia Varfalovskaya, uma pesquisadora da Academia de Ciências da Rússia, afirma que os membros do BRICS possuem amplos recursos humanos e um grande potencial econômico, além de ocuparem uma posição central na cadeia industrial global.

Expansão
O chanceler russo Sergey Lavrov a repórteres nessa terça-feira (28) após uma reunião de chanceleres do Cáspio estados que a Argentina e Irã são dignos de se juntar aos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
“É claro que tanto a Argentina quanto o Irã são candidatos dignos e respeitados, assim como vários outros países que também são mencionados nas discussões”, disse o ministro, respondendo a uma pergunta da agência russa TASS.

Segundo Lavrov, a decisão de aderir ao BRICS será decidida por consenso. “O mais importante é que o processo preparatório foi lançado”, destacou o chanceler russo, “o principal critério aqui será garantir maior eficácia e aumentar o impacto prático do trabalho do bloco”.

O Irã também quer se tornar membro do grupo de economias emergentes. Segundo o Ministério das Relações Exteriores do país, a adesão ao bloco “resultaria em valores agregados para ambos os lados”.


Fontes: Pravda; Sputnik; Unherd; Agência Brasil; Tass
Foto: Agência Brasil

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