Segundo um levantamento inédito da Confederação Nacional do Comércio, encomendado pela revista Veja, o estado do Rio de Janeiro registrou uma perda de arrecadação de 3,3 bilhões de reais no setor de turismo em 2023. Com esse cenário, o turismo representa apenas 7% do PIB local, uma fatia que poderia ser consideravelmente maior.
O economista Fabio Bentes, responsável pela coordenação da pesquisa, destaca que a divulgação global de imagens relacionadas a crimes violentos seguidos de morte é um dos principais fatores que afasta os turistas. “O que mais afasta o turista é a divulgação de imagens que reverberam mundialmente, de crimes violentos seguidos de morte, modalidade em que o patamar é bastante alto”, afirma Bentes.
Além disso, outros delitos contribuem para o clima de insegurança, fazendo com que os visitantes pensem duas vezes antes de planejar uma viagem ao Rio de Janeiro. Marco Pessoa, diretor da HEL Ecossistema, especializada em gestão de eventos, ressalta que assaltos à mão armada e de alta frequência ocorrem na cidade, impactando negativamente setores como o de eventos.
A incidência de roubos e furtos em áreas turísticas, como Copacabana, vem aumentando, com um crescimento de quase 40% em oito meses. Esses crimes muitas vezes ocorrem na forma de arrastões, prejudicando a experiência dos turistas e gerando preocupações adicionais.
O aumento desses incidentes levou a práticas como acorrentar caixas de som nos quiosques da orla para evitar roubos. Casos emblemáticos, como o de um grupo de taiwaneses que foi vítima de um arrastão, acabam ganhando destaque internacional, minando a confiança no poder público.
Diante desse cenário, há relatos de uma reação da população, com a formação de grupos que buscam resolver a situação por conta própria.
A falta de eficácia do sistema judicial, exemplificada pelas audiências de custódia que liberam criminosos, contribui para a sensação de impunidade.
Em resposta, a Polícia Militar, em parceria com a prefeitura e outras forças de segurança, busca implementar um plano mais eficiente de emprego dos agentes, reforçando o policiamento nas áreas mais afetadas e adotando tecnologias de monitoramento. O programa “Tolerância Zero” visa combater tanto crimes graves quanto delitos considerados menores, buscando reverter o prejuízo significativo causado ao turismo no Rio de Janeiro.
“Desde o réveillon, ampliamos os recursos tecnológicos: além das câmeras corporais nos policiais, estamos empregando um sistema de leitura facial e de placas de carros”, revela o secretário de Segurança, Victor Cesar dos Santos, indicando esforços para enfrentar o desafio da segurança na cidade. E veja também: Idosa de 90 anos é resgatada após cinco dias sob escombros no Japão. Clique AQUI para ver.
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