Repórter da Globo pede demissão da emissora após 17 anos de casa

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A jornalista Natália Ariede anunciou sua demissão da Globo nesta quarta-feira (1), após 17 anos na emissora. Ela fez o anúncio em suas redes sociais.

Segundo reportagem da revista Veja, a repórter sentia que, apesar de ter conquistado muitas coisas dentro da emissora, “não havia espaço para mais crescimento profissional”. Ariede é apresentadora eventual dos telejornais locais de São Paulo, SP1, SP2 e Bom Dia São Paulo.

Em um dos trechos na postagem feita hoje, ela citou o sonho de virar correspondente internacional, o que não aconteceu. “Tinha 20 e poucos anos quando pisei nessa redação pela primeira vez. Fui pra rua com o microfone da Globo na mão e o que eu tinha pela frente era desbravar essa cidade, batalhar pra subir cada degrau como repórter até um dia sentar ao lado de ídolos que eu tive a oportunidade de ver trabalhar. Quem sabe virar correspondente internacional. Essa última parte não rolou. Mas todos os outros planos eu cumpri. Reportagens para todos os telejornais da casa, série especial para o Jornal Nacional, Globo Natureza, temporadas felizes no antigo Bem Estar, e o dia a dia desafiador dos telejornais locais”, escreveu a jornalista (veja a postagem no fim desta reportagem)

Ruim para uns, bons para outros
Enquanto a emissora realiza dezenas de demissões e sofre com pedidos de desligamento de outros, a Globo preparou um considerável aumento a jornalistas tradicionais da casa. As informações são do colunista Alessandro Lo-Bianco, do ‘A Tarde é Sua’, da Rede TV!.

Segundo o jornalista, os âncoras das bancadas dos telejornais devem receber um aumento de 30%. Entre eles, estão os responsáveis pela apresentação do ‘Jornal da Globo’, ‘Jornal Nacional’, ‘Jornal Hoje’ e ‘Hora Um’.

De acordo com a reportagem, nomes como Renata Lo Prete e César Tralli passarão dos atuais R$ 400 mil para R$ 520 mil. Já Renata Vasconsellos será remunerada com o dobro do salário atual, partindo de 400 mil para 800 mil reais.

Colega de bancada de Renata, William Bonner seguirá como o profissional do setor de jornalismo com a maior folha de pagamento: Ele já estava com um aumento programado para depois das eleições. Assim, ganhará 2 milhões e 340 mil reais. Anteriormente, o ex de Fátima Bernardes recebia 1 milhão e 800 mil reais.

Demissões de 2019 a 2022
A Globo cortou dezenas de grandes nomes de seu setor de jornalismo nos últimos quatro anos. Em 2022, vários veteranos deixaram a emissora. Entre eles, Carlos Tramontina, 66 anos, e Chico Pinheiro, 69 anos.

Em 2021, em apenas um semestre, foram 12 nomes importantes, como Carlos Cereto, Fernando Saraiva, Francisco José, Renato Machado, Isabela Assumpção, José Hamilton Ribeiro, Eduardo Faustini, Roberto Paiva, Arie Peixoto (hoje na Record), Alberto Gaspar, Alexandre de Oliveira, além do produtor Robson Cerântula. O tempo de casa desses variava entre 15 anos (com menos tempo) a 46 anos (Francisco José, repórter do Globo Repórter).

Em 2022, outro demitido da casa, o repórter Marcos Uchoa associou as demissões em massa na TV Globo ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista concedida ao podcast Inteligência Ltda, atração comandada por Rogério Vilela, Uchoa afirmou:

“Eu não tinha mais contrato. Foi uma das coisas que o Bolsonaro fez… antes, pessoas que tinham um salário melhor na Globo ganhavam como pessoa jurídica. No primeiro ano de governo, ele já foi em cima em termos trabalhistas, dizendo que isso não podia ser assim, e todo mundo passou a voltar a ser funcionário. Até o Galvão, até o Faustão”, afirmou.

“Eu era uma pessoa contratada como outra qualquer. Não tinha um período para vencer o contrato. Pedi demissão normalmente. Expliquei que queria sair. Não tenho nenhuma mágoa da Globo. É claro que houve momentos em que quis fazer coisas que não pude fazer, porque eles não deixaram, mas é a regra do jogo”, acrescentou.

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