MST inicia ‘Abril Vermelho’ com invasões em SP, RJ, GO e PE nesta segunda-feira (15)

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Na manhã desta segunda-feira (15), cerca de 200 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiram uma fazenda improdutiva na cidade de Campinas (SP). O grupo chama o ato de ‘ocupação’ no ‘Abril Vermelho’ (veja mais abaixo).

A área de aproximadamente 200 hectares é de propriedade de uma empresa do setor imobiliário, a Zezito Empreendimentos Ltda.

Sete viaturas da Polícia Militar e da Guarda Civil Municipal de Campinas chegaram à área por volta das 8h e permaneciam na entrada do acampamento.

 

O ato integra o ‘Abril Vermelho’, que o MST define como ‘jornada nacional de lutas’ que faz anualmente no mês em que, em 1996, aconteceu o ‘Massacre do Eldorado do Carajás’. Neste ano, o lema é “Ocupar para o Brasil alimentar”.

Patrícia Maria, do MST, justifica que a ‘ocupação’ demanda “que essa terra seja destinada para a reforma agrária, para produzir alimentos saudáveis, para reflorestar esse solo degradado e para construir novas relações humanas”.
Na primeira assembleia após a entrada no local, os membros do MST se dividiram em grupos como de saúde, alimentação e de montagem de estruturas coletivas.

“Deixaram este jatobá como testemunha da destruição da mata atlântica. Em volta dele vamos construir nossos barracos”, disse Jelson Souza, membro do MST.

Ainda em São Paulo, há registro de invasão à fazenda ‘Globo Suinã’, na cidade de Agudos. A área está arrendada para a Usina Zilor Lorenzetti, desde 1909.

No nordeste, uma área de pesquisa da Embrapa Semiárido, em Petrolina (PE), que já tinha sido alvo do grupo duas vezes em 2023, voltou a ser invadida.

Também em Petrolina (PE) foi ‘ocupada’ uma área de propriedade da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) que é utilizada pela Embrapa, e uma área na zona da mata norte do Estado, remanescente da Usina Maravilha –que está em desapropriação.

Goiás/DF
Na capital do país, cerca de um mil famílias do MST invadiram, também na madrugada desta segunda-feira (15/4) a área falida de 8 mil hectares da usina CBB, em Vila Boa de Goiás (GO), que também fica nos entornos do DF.

As famílias organizadas pelo MST, vindas de vários municípios do nordeste do estado de GO e do Distrito Federal, denunciam a ‘demora’ do governo Lula (PT) em desapropriar a usina que foi oferecida ao patrimônio da União para quitar as dívidas, e assim ser incorporada ao ‘Programa Nacional de Reforma Agrária’.

A Usina da Companhia Bioenergética Brasileira – CBB, de 8 mil hectares de terra, compõe dois principais complexos: as fazendas Tábua de Cima e Prelúdio, dentre outras, que estão em processo de adjudicação, ou seja, estão sendo repassadas ao patrimônio da união como forma de pagar a dívida milionária que tem com o Estado.

Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, o MST invasão com cerca de 300 famílias, às margens da BR 101, no município de Campos dos Goytacazes-RJ. “Não aceitamos que as polícias de Campos dos Goytacazes continuem movendo esforços para impedir o direito de reunião, a liberdade de associação, o cooperativismo e a efetivação do direito à Reforma Agrária na região”, diz o MST em nota.

Abril Vermelho
Para o MST, Abril é o mês da ‘Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária’, com ‘mobilizações’ com invasões a fazendas, marchas, atos, protestos. Este ano, o lema do grupo é “Ocupar, para o Brasil Alimentar!”, segundo a organização, ‘celebrando os 40 anos de trajetória do Movimento’.

Ao longo deste mês, estão previstas atividades em todas as grandes regiões do país, nos territórios onde o Movimento Sem Terra esta mobilizado, e tendo como principais dias de ação o período entre 15 a 19 de abril.
O MST também demarca o dia 17/4 como o ‘marco’ em “memória dos companheiros que tombaram na luta pela terra há 28 anos, no massacre de Eldorado do Carajás, no Pará”, quando 21 membros do grupo morreram. (Foto: reprodução redes sociais; Fontes: MST; CBN; Poder360)

 

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