MPF quer até nome e e-mail de quem escreveu artigo do Telegram contra ‘PL das Fake News’

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Imediatamente após divulgar artigo contra o ‘PL das Fake News’, o Telegram foi alvo de ações do poderio estatal. (Veja o posicionamento da big tech no fim da reportagem).

O Ministério Público Federal (MPF) requisitou informações ao aplicativo de mensagens sobre o ‘disparo de mensagem’ realizado pela plataforma a seus usuários no país, com posicionamento contrário ao PL 2.630/2020.

O órgão ministerial questiona se existe ‘embasamento’ na política da empresa para disparo em massa a seus usuários, bem como se há canal disponível para questionamento daqueles que discordam do posicionamento dos controladores da plataforma.

Em ofício encaminhado à plataforma, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo, por meio do procurador da República Yuri Corrêa Luz, questionou se existe dispositivo nos termos de uso que autorize o impulsionamento de mensagens não relacionadas a atualizações técnicas e comunicações sobre recursos da aplicação. O órgão indaga, ainda, o motivo pelo qual o disparo foi efetuado a todos os usuários da plataforma, e não apenas àqueles inscritos no canal Telegram Notifications.

Outro ponto levantado foi sobre a possibilidade do contraditório. O MPF questionou se existe possibilidade de contestação dos conteúdos publicados por interesse da plataforma, bem como se o aplicativo disponibiliza canais para manifestação de atores com posicionamentos diversos aos da empresa. O MPF deu 10 dias de prazo para que o Telegram Brasil responda aos questionamentos.

Identificação
Em seu perfil no Twitter, o MPF explica que cobrou até o nome e o e-mail dos funcionários do Telegram que escreveram e dispararam o conteúdo: “O Telegram terá que identificar os nomes e os endereços eletrônicos dos responsáveis pela elaboração da mensagem e pela decisão por seu impulsionamento”.

 

O MPF diz que “reconhece que a discussão sobre o mérito do PL 2.630 cabe exclusivamente à sociedade e aos Poderes eleitos”, e que as plataformas têm legitimidade para defender suas posições somente na ‘na esfera pública’, ou seja, quando forem convidadas a enviar informações ou quando um representante da empresa se pronunciar na Câmara, Senado ou STF (novamente convidado).

Flávio Dino também
Não será só o MPF que o Telegram terá de enfrentar. Também ontem, o Ministro da Justiça de Lula, Flávio Dino, anunciou ‘providências legais’ contra a plataforma.

“A democracia está sob ataque no Brasil. Assim começa um amontoado absurdo postado pela empresa Telegram contra as instituições brasileiras. O que pretendem? Provocar um outro 8 de janeiro? Providências legais estão sendo tomadas contra esse império de mentiras e agressões”, publicou o ministro da Justiça, em rede social.

 


Fonte e arte: MPF

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