Morre Clarinha, paciente que ficou internada em coma por 24 anos em Vitória

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Após 24 anos em coma, faleceu na noite de quinta-feira (14) Clarinha, como era carinhosamente chamada pela equipe médica que a acompanhou durante todo esse período. A notícia foi confirmada pelo coronel Jorge Potratz, médico responsável pelo cuidado da paciente ao longo dos anos.

Clarinha ficou conhecida como a paciente “misteriosa” após ser encontrada atropelada em 12 de junho de 2000, no Centro de Vitória. O local exato do acidente e o veículo envolvido nunca foram identificados pela polícia. Sem documentos, ela foi levada para o Hospital da Polícia Militar (HPM), onde permaneceu em estado vegetativo até seu falecimento.

A falta de identificação levou a equipe médica a apelidá-la de Clarinha em 2016, buscando humanizar o tratamento da paciente. Segundo o médico Potratz, seu estado era considerado grave, com um coma classificado entre sete e oito na escala médica.

“A gente classifica o coma em uma escala de três a quinze pontos. Quinze é o paciente acordado e lúcido e três é o coma mais profundo. Ela não tem nenhum contato com a gente e por isso a gente considera um coma de sete para oito”, explicou o médico na época.

Apesar dos esforços da equipe médica, o mistério sobre a identidade e a família de Clarinha permaneceu sem solução. Emocionado, o médico lamentou não ter conseguido resolver esse enigma nem reunir Clarinha com seus entes queridos.
“É muito triste ter esse desfecho, mas temos que lembrar que Deus tem um propósito. Em um futuro vou entender tudo isso. Tentamos tornar a vida dela, que é tão difícil, com mais dignidade. É triste esse fim”, enfatizou.

Agora, com sua morte, surge a preocupação com um sepultamento digno para alguém que recebeu cuidados especiais durante tantos anos.

Apesar da falta de documentos oficiais, a equipe médica do HPM está determinada a evitar que Clarinha seja sepultada como indigente, buscando proporcionar-lhe um enterro humano e respeitoso, em contraste com os anos de anonimato em que viveu.

Ainda não há planos definitivos, mas a equipe está unida na determinação de não permitir que Clarinha seja enterrada sem as devidas honras.

Depois da reportagem exibida no Fantástico, mais de 100 famílias procuraram o Ministério Público para identificar Clarinha como uma possível parente desaparecida. Desse total, 22 casos chamaram mais atenção, pelas fotos ou pela similaridade dos dados próximos ao perfil da mulher internada.

Depois de uma triagem mais detalhada, aponta o MPES, quatro casos foram descartados, devido à incompatibilidade de informações ou pelo fato de as pessoas procuradas já terem sido encontradas. O Ministério Público dividiu as 18 pessoas restantes em dois grupos para a realização dos exames de DNA.

No entanto, os resultados mostraram-se incompatíveis para traços familiares. Veja mais na reportagem abaixo ou clique AQUI para assistir à reportagem do Fantástico sobre Clarinha. (Foto: Reprodução/ TV Gazeta; Fonte: G1)

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