Nesta sexta-feira (24), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o governo considera reduzir as alíquotas de importação de alimentos cujos preços estejam mais altos no Brasil do que no mercado internacional. A medida visa combater a inflação de itens alimentícios. Contudo, o ministro destacou que, em situações onde o preço global já é elevado, a alternativa pode ser limitada.
Durante coletiva de imprensa, Rui Costa usou como exemplo o caso da laranja, que enfrenta alta de preços tanto no Brasil quanto no exterior, devido a doenças nas plantações.
Ele sugeriu: “O que se pode fazer? Mudar a fruta que a gente vai consumir. Em vez da laranja, [comer] outra fruta.” Segundo ele, a redução de tarifas de importação não resolveria nesse caso, pois “não tem produto lá fora para colocar aqui dentro”. Assista ao fim da reportagem!
A declaração ocorreu após uma reunião de três horas entre o presidente Lula, Rui Costa e outros ministros, incluindo Fernando Haddad (Fazenda), Carlos Fávaro (Agricultura), Esther Dweck (Gestão) e Edegar Pretto, da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). O encontro discutiu estratégias para baratear os alimentos, tema que o governo considera prioritário, especialmente após cobranças feitas por Lula em uma reunião ministerial nesta semana.
Apesar das expectativas, não houve anúncio de medidas imediatas. O governo descartou a adoção de práticas heterodoxas, como controle ou tabelamento de preços. Rui Costa reforçou: “Nenhuma medida heterodoxa será adotada. Não haverá congelamento de preços, tabelamento ou fiscalização. O presidente até brincou: não terá fiscal do Lula nos supermercados.”
Entre as ações em análise, o governo pretende focar na redução de alíquotas de importação para produtos com preços mais baixos no exterior e no estímulo à produção agrícola, principalmente de itens da cesta básica. Além disso, alterações nas regras de vale-alimentação e vale-refeição foram mencionadas como medidas em curto prazo, visando reduzir o custo de intermediação e garantir que o benefício chegue integralmente ao trabalhador.
A fala de Rui Costa ocorre em meio a expectativas sobre como o governo Lula pretende equilibrar o controle de preços sem recorrer a práticas consideradas intervencionistas, mantendo o foco em medidas que favoreçam a produção e o consumo de alimentos mais acessíveis.
Ministro cita preço da laranja e sugere "mudar a fruta que vai consumir".
“O preço internacional está tão caro quanto aqui. O que se pode fazer? Mudar a fruta que a gente vai consumir. Em vez da laranja, outra fruta”, afirmou o ministro da Casa Civil nesta sexta-feira (24/1).… pic.twitter.com/URQ8rC160i
— Metrópoles (@Metropoles) January 24, 2025