Lula indica que vai contrariar Marina Silva e presidente do Ibama em decisão sobre Amazônia

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Lula (PT) sinalizou, neste domingo (21), durante viagem ao Japão, que pode contrariar a Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, e ficar ao lado da ala do governo que defende a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas. O Ibama, porém, se posicionou de forma contrária à proposta da estatal, que vai recorrer do parecer.

Lula declarou que, se ‘riscos reais’ forem identificados, haverá veto à exploração. “Se extrair petróleo na Foz do Amazonas, que é a 530 quilômetros, em alto mar, se explorar esse petróleo tiver problema para a Amazônia, certamente não será explorado. Mas eu acho difícil, porque é a 530 quilômetros de distância da Amazônia, sabe?”, disse o petista a jornalistas em Hiroshima, após encerrar sua passagem pela cúpula do G-7 no Japão.

Nas rede sociais, Lula também reafirmou que deve contrarias a posição do Ibama : “na Amazônia moram 28 milhões de pessoas. E essas pessoas têm o direito de trabalhar, comer. Por isso, precisamos ter o direito de explorar a diversidade da Amazônia, para gerar empregos limpos, para que a Amazônia e a humanidade possam sobreviver.”.

 

Apesar da sinalização contrária aos ambientalistas, Lula voltou a dizer que seu governo tem compromisso com a sustentabilidade e vai atingir a meta de desmatamento zero na Amazônia até 2030. A temática ambiental foi um dos temas-chave do G7.

Na semana passada, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, acompanhou parecer técnico concluído em abril e indeferiu a licença solicitada pela Petrobras para Atividade de Perfuração Marítima no bloco FZA-M-59, na bacia da Foz do Amazonas.

A decisão, diz o Ibama, ocorre “em função do conjunto de inconsistências técnicas”, segue recomendação de analistas da Diretoria de Licenciamento Ambiental do Ibama.

“Não restam dúvidas de que foram oferecidas todas as oportunidades à Petrobras para sanar pontos críticos de seu projeto, mas que este ainda apresenta inconsistências preocupantes para a operação segura em nova fronteira exploratória de alta vulnerabilidade socioambiental”, aponta Agostinho no despacho em que nega a licença ambiental.

Randolfe Rodrigues critica
Por meio das redes sociais, o Senador Randolfe Rodrigues (Rede Sustentabilidade – AP), líder do Governo Lula no Congresso Nacional. Segundo ele, o povo de seu estado não foi consultado sobre o tema:

“A decisão do Ibama contrária à pesquisas na costa do Amapá não ouviu o governo local e nenhum cidadão do meu estado. O povo amapaense quer ter o direito de ser escutado sobre a possível existência e eventual destino de nossas riquezas.”.

Ele também prometeu recorrer da decisão: “Junto a todas as instâncias do governo federal, reuniremos todos aqueles que querem o desenvolvimento sustentável do Amapá, para de forma técnica, legal e responsável lutarmos contra essa decisão.”


Foto: Ricardo Stucker/ Palácio do Planalto

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