Caso Americanas faz Bradesco registrar pior lucro trimestral em 15 anos

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O Bradesco registrou um lucro líquido contábil de R$ 1,437 bilhões no quarto trimestre de 2022, segundo balanço divulgado nessa quinta-feira (9). É o pior resultado trimestral em mais de 15 anos da empresa.

No terceiro trimestre de 2006, o banco lucrou R$ 219 milhões. Em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 3,170 bilhões), o lucro caiu 54,7%.

Segundo a instituição bancária, o resultado está ligado ao recente caso da rede varejista Americanas: “Com os recentes eventos envolvendo um cliente Large Corporate específico, ocorridos no início de 2023, a Administração reavaliou os riscos inerentes e, de forma prudencial, provisionou 100% da operação, afetando o lucro do 4T22.”, informou o banco em relatório divulgado nesta quinta.

Por conta do ‘efeito Americanas’, o banco mais do que triplicou suas reservas para calotes na comparação anual. Segundo relatório divulgado nesta quinta-feira, a provisão para devedores duvidosos (PDD) expandida somou R$ 14,881 bilhões no quarto trimestre de 2022 – esse valor era de R$ 4,283 bilhões em igual período de 2021. Em relação ao terceiro trimestre (R$ 7,267 bilhões), a alta foi de 104,8%.

Análises
Entretanto, analisas não acreditam que tudo seja ‘reponsabilidade’ da Americanas. Segundo o BTG, o banco continua sofrendo na concessão de crédito, que tem elevado a inadimplência. “A capacidade de gerar lucro se deteriorou bastante. Uma recuperação provavelmente vai levar tempo”, disseram os analistas do BTG.

Enquanto isso, o ‘J.P. Morgan’ classificou o resultado do quatro trimestre do Bradesco como “feio e frustrante”, ao dizer que esse é “um dos piores, se não o pior trimestre da história” da instituição financeira.

O J.P. Morgan também alerta para os índices de inadimplência, que subiram no último trimestre do ano passado, “com aumentos acentuados em micro e pequenos comerciantes”.

A equipe da XP deu destaque à provisão relacionada à Americanas. “Vemos os resultados do quarto trimestre do Bradesco como fracos em grande parte devido à considerável provisão relacionada a um evento subsequente (provavelmente o caso da Americanas), que arrastou seu lucro líquido para R$ 1,6 bilhão”.

Ações caem
Como consequência do resultado ruim, as ações do Bradesco registraram queda. O banco foi a principal queda por peso do índice. As ações preferenciais do banco caíram 8,19% e as ordinárias, 6,08%.

“O mercado considerou frustrante os números do Bradesco, que também trouxe corte do guidance para 2023”, comenta Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos Investimentos, em entrevista ao portal InfoMoney.


Fontes: G1; Valor Econômico; Brazil Journal; Info Money
Foto: divulgação Bradesco, via G1.

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