O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,52% em dezembro, consolidando uma inflação acumulada de 4,83% em 2024, acima do teto de 4,5% estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Os dados, divulgados nesta sexta-feira (10/1) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que esta é a oitava vez que o Brasil descumpre a meta de inflação desde a implantação do sistema, em 1999.
O maior impacto no acumulado do ano veio do grupo Alimentação e Bebidas, com alta de 7,69% e contribuição de 1,63 ponto percentual para o índice. Produtos como carnes (20,84%), café moído (39,60%) e leite longa vida (18,83%) tiveram destaque, enquanto a alimentação fora do domicílio subiu 6,29%, impulsionada por aumentos no preço de refeições (5,70%) e lanches (7,56%).
Outros grupos também exerceram forte pressão inflacionária. Saúde e Cuidados Pessoais avançaram 6,09%, com os planos de saúde (7,87%) liderando o impacto, seguidos por produtos farmacêuticos (5,95%) e itens de higiene pessoal (4,22%). No caso dos Transportes, a alta de 3,30% foi impulsionada principalmente pela gasolina (9,71%), além do etanol (17,58%) e serviços como consertos de automóveis (5,88%).
Em Habitação, a inflação anual foi de 3,06%, com destaques para o aumento de condomínio (6,25%), aluguel residencial (3,45%) e gás de botijão (7,04%). Por outro lado, a energia elétrica residencial registrou queda de 0,37%, mesmo com a vigência de todas as bandeiras tarifárias ao longo do ano.
As variações regionais chamaram atenção: São Luís liderou o aumento anual, com 6,51%, puxado pela gasolina (14,24%) e pelas carnes (16,01%). Já Porto Alegre teve o menor índice, 3,57%, influenciado pelas quedas na cebola (-42,47%), no tomate (-38,58%) e nas passagens aéreas (-16,94%).
O mercado financeiro já previa o descumprimento da meta. No último relatório Focus de 2024, analistas estimaram que o IPCA encerraria o ano em 4,89%, superando o teto de 4,5%. Para dezembro, a expectativa era de alta de 0,58%, acima do registrado. E mais: Brasil exportou 20 mil sprays de pimenta à Venezuela às vésperas de eleições. Clique AQUI para ver. (Fonte: Metrópoles; IBGE)