Sete em cada dez hospitais de referência no Brasil enfrentaram desafios para implementar seus planos de expansão (72,6%) e contratações adicionais (70,6%) em 2023, devido à falta de recursos financeiros. Um levantamento inédito da Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp), com 66 instituições associadas, revelou que cerca de R$ 3,6 bilhões não foram investidos no último ano. As informações são da Folha de SP.
De acordo com Antônio Britto, diretor-executivo da Anahp, a crise no sistema de saúde suplementar é uma das principais razões para essa restrição, resultando em atrasos de pagamentos por parte dos planos de saúde. Os hospitais também enfrentam aumento nas glosas, atingindo 9% da receita bruta em 2023, em comparação com o histórico de 3,5%, segundo a Anahp.
Glosas são definidas como um não pagamento de algum item que compõe a conta hospitalar do paciente atendido, devido a falta de alinhamento e comunicação entre hospitais e planos de saúde, seja por motivos técnicos ou administrativos.
A pesquisa indica que 42,5% dos hospitais preveem estabilidade nos investimentos em 2024, 15,3% antecipam redução, 11,5% não têm planos de novos investimentos, enquanto menos de 30% esperam aumento.
O impacto mais severo na capacidade de investimento foi observado em hospitais menores, afetando não apenas o crescimento, mas também a manutenção de equipamentos hospitalares. Francisco Balestrin, presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios Paulistas (Sindhosp), destaca que hospitais menores, fora das grandes redes, enfrentam mais desafios com atrasos de pagamentos e redução de autorizações de procedimentos por parte das operadoras de saúde.
Balestrin alerta que os rumores de um aumento nas mensalidades dos planos de saúde entre 20% e 25% não refletem nos prestadores de serviços de saúde. Ele prevê um cenário semelhante em 2024, com prazos de pagamento, glosas e negociações com operadoras mantendo-se desafiadores.
Em nota, a Fenasaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar) diz considerar uma distorção a interpretação de que as operadoras de planos de saúde contribuíram para a falta de investimento em estrutura hospitalar. “Cabe a cada grupo empresarial definir sua própria estratégia de negócios.”
Segundo a federação, dados da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) indicam que, de 2018 a 2022, o valor pago pelas operadoras de planos de saúde aos hospitais privados, considerando apenas internações, cresceu 40%. “Só em 2022 [dados mais recentes disponíveis] foram R$ 95 bilhões, sendo registradas mais de 8,7 milhões de internações clínicas, cirúrgicas, obstétricas, pediátricas e psiquiátricas.”
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