Carlos Alberto Bettoni faleceu em dezembro de 2021. Ele foi o homem agredido por Maninho do PT, o mesmo que Lula agradeceu por “defendê-lo”, durante discurso no último sábado (9).
“Maninho, por me defender, ficou 7 meses preso porque resolveu não permitir que um cara ficasse me xingando. Quero, em teu nome, agradecer a toda solidariedade do povo de Diadema. Obrigado, Maninho! Essa dívida que tenho com você, jamais a gente pode pagar em dinheiro”, disse o ex-presidente.
Em abril de 2018, Bettoni foi agredido e empurrado contra um caminhão em frente ao Instituto Lula. Ele bateu de cabeça no para-choque do veículo e ficou desfalecido no asfalto. Ele estava no local em protesto contra o ex-presidente; naquele dia, o ex-juiz Sergio Moro havia decretado a prisão do líder do PT.
A violência sofrida gerou consequências graves para a saúde do empresário, que ficou impossibilitado de trabalhar. Sofrendo com crises convulsivas, sequelas neurológicas e nervosas, ele foi internado por diversas vezes, primeiramente em um hospital particular.
Mas diante da sua nova situação médica, ele acabou impossibilitado de trabalhar, o que fez com que não tivesse mais condições de arcar com as despesas médicas, precisando seguir com o tratamento no serviço público de saúde. Em dezembro, Bettoni teve nova crise convulsiva e precisou ser internado em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Enquanto aguardava a transferência para um hospital, contraiu Covid-19 e faleceu vítima do vírus.
Segundo reportagem do portal Metrópoles, a filha única do empresário, que pediu para não ter o nome divulgado, diz que os anos seguintes à agressão foram de muito sofrimento. “Meu pai tinha a saúde perfeita antes do ocorrido. Eu o vi decaindo. Foi muito triste e difícil. Ele faleceu em 2021, mas, para mim, a vida dele acabou em abril de 2018”, relatou.
Segundo ela, a repercussão das declarações de Lula trouxeram o trauma de volta: “Me fez reviver essa agressão. Ter que ouvir de novo como se fosse um nada que tivesse acontecido. Não entendo a necessidade e a frieza em dizer isso”.
Como o próprio Lula disse, Maninho do PT ficou preso por sete meses, mas acabou solto por um habeas corpus. Até hoje o caso não foi julgado em definitivo.
Perdão
O portal ainda teve acesso a um depoimento de Maninho do PT, colhido em maio deste ano, nesse processo, no qual ele é réu por tentativa de homicídio. Durante a oitiva, o ex-vereador diz que gostaria de “pedir perdão à vítima”, o que não é mais possível, já que ela faleceu em 30 dezembro de 2021, aos 60 anos.
Ao final do depoimento, Maninho afirma ter sido informado sobre o falecimento do empresário e lamenta o episódio. “Tenho um arrependimento enorme de ter acontecido esse fato, ainda mais agora com a morte dele. Eu queria vê-lo e pedir perdão. Eu fui levado pela emoção e tenho um enorme arrependimento de ter acontecido esse fato.” Assista abaixo!