A Federação Única dos Petroleiros (FUP) anunciou nesta quinta-feira (15) a intenção de realizar uma nova ‘greve de advertência’ em 29 e 30 de maio.
A mobilização, que ainda precisa ser aprovada em assembleias sindicais, é motivada pela insatisfação com o que a entidade classifica como ‘estagnação nas negociações’ com a Petrobras, principalmente no que se refere à remuneração variável e à política de austeridade adotada pela estatal.
Segundo a FUP, o movimento dá continuidade à paralisação de 24 horas realizada em março deste ano. A entidade critica a postura da presidente da Petrobras, Magda Chambriard, que teria sinalizado contenção de gastos mesmo após a empresa registrar lucro líquido de R$ 35,2 bilhões no primeiro trimestre e distribuir R$ 11,72 bilhões em dividendos.
“A insatisfação da categoria aumentou após declarações da presidente da Petrobras, Magda Chambriard, sinalizando contenção de despesas, mesmo diante do desempenho financeiro positivo da empresa”, diz a nota da federação.
A federação acusa a gestão da companhia de agir com incoerência ao falar em “apertar os cintos”, expressão usada por Chambriard em conferência de resultados, enquanto mantém alta remuneração a acionistas. Além das reivindicações financeiras, os petroleiros também denunciam falhas na gestão da segurança operacional, incluindo a subnotificação de acidentes e a falta de transparência nas unidades da empresa.
A Petrobras informou que ainda não foi oficialmente notificada sobre a possível paralisação, mas declarou respeitar o direito de manifestação dos seus empregados.
Em nota, a empresa reafirmou seu compromisso com a redução do teletrabalho, com o argumento de que o retorno presencial fortalece a integração das equipes e melhora os processos de gestão. A estatal informou ainda que está em fase de ampliação de investimentos, novos projetos e contratação de pessoal — e que trabalhadores experientes têm papel essencial na mentoria dos recém-contratados.
A paralisação será a segunda deste ano. A anterior, realizada em 26 de março, também foi motivada pela insatisfação com a redução da remuneração variável, defesa do teletrabalho e pedidos de recomposição dos quadros da estatal. Após o movimento, a Petrobras adiou a aplicação de uma medida que limitava os dias de home office.
A partir de 30 de maio, o regime híbrido da empresa passará a exigir três dias presenciais por semana, sendo um deles obrigatoriamente na segunda ou na sexta-feira.
Ainda segundo a estatal, algumas reivindicações já foram acolhidas, como a flexibilização do trabalho remoto para determinados grupos.
“A Petrobras tem mantido diálogo aberto com as entidades sindicais e, nessas reuniões, atendeu algumas reivindicações e propôs flexibilizações no ajuste do modelo híbrido para alguns públicos específicos, como a realização de até três dias de trabalho remoto semanais para gestantes, mães e pais de bebês de até 2 anos de idade”, destacou.
A empresa também afirmou que está reforçando seu quadro de funcionários, tendo convocado mais de 1.900 aprovados em concurso em 2024, com previsão de contratar outros 1.780 ao longo de 2025. E mais: Zambelli diz que não ‘resistiria à prisão’ após condenação no STF. Clique AQUI para ver. (Foto: EBC; Fonte: Info Money)