O governo de Javier Milei anunciou um reajuste de 30% no salário mínimo na Argentina, conforme informou o porta-voz da Presidência nessa terça-feira (20). “Não foi possível que as partes chegassem a um acordo na discussão sobre o salário mínimo”, declarou Manuel Adorni, porta-voz do governo.
Adorni referia-se à falta de consenso durante a reunião do ‘Conselho do Salário Mínimo’ na última quinta-feira (15), composto pelo governo, câmaras empresariais e sindicatos, estes últimos solicitando um aumento de 85%. Diante desse impasse, acrescentou o porta-voz, “o governo deve intervir e estabelecer um salário mínimo”.
O novo valor foi fixado em 180 mil pesos para fevereiro (equivalente a US$ 204 na taxa oficial de câmbio, ou R$ 1.007), representando um acréscimo de 15% em relação aos 156 mil pesos atuais. E em 202,8 mil pesos para março (US$ 230, ou R$ 1.136), um incremento de 30% em relação ao valor vigente.
Na segunda-feira (19), o ministro da Economia, Luis Caputo, havia adiantado em uma entrevista televisiva que o governo estipularia um aumento do mínimo.
A Confederação Geral do Trabalho (CGT), maior central sindical da Argentina e de orientação opositora, acusou o governo de Javier Milei na última quinta-feira de sabotar o Conselho, “rompendo uma longa tradição de diálogo social tripartite”.
Em resposta, o presidente argentino se pronunciou sobre o assunto. “Não acredito que um político possa definir um preço à mão. Nem passa pela minha cabeça. Eu vou emitir um decreto fixando um preço?”, questionou Milei após o fracasso da reunião do Conselho do Salário.
Desde o último ajuste salarial em dezembro, a inflação argentina atingiu 25,5% naquele mês e perdeu força em janeiro, atingindo 20,6%, totalizando uma inflação interanual de 254% em 12 meses.
Desde a posse de Milei o argentino vem alertando que, por tirar os controles de preço adotados pelo ex-presidente Alberto Fernández, a inflação subiria (ainda mais) no primeiro momento, até tomar um caminho de queda.
A pobreza na Argentina também é preocupante e afeta 57% da população, de acordo com um estudo do Observatório da Dívida Social da Universidade Católica Argentina (UCA) divulgado no último fim de semana. Essa é a taxa de pobreza mais alta registrada pela medição nos últimos 22 anos.
O sindicato ferroviário do país planeja uma greve nacional nesta quarta-feira (21). Enquanto isso, a federação dos trabalhadores da Saúde convocou outra paralisação para quinta-feira (22). Outros quatro sindicatos de professores anunciaram medidas semelhantes para o início das aulas, entre a próxima semana e a seguinte. E mais: Brasil denuncia Israel em Haia e diz que ocupação é ‘inaceitável e ilegal’. Clique AQUI para ver. (Foto: PixaBay; Fonte: G1)