O governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em conjunto com a ‘Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos’ (CEMDP), uma entidade estatal com respaldo técnico-administrativo do ‘Ministério dos Direitos Humanos’, decidiu reabrir a investigação sobre o acidente que levou à morte o ex-presidente Juscelino Kubitschek. A reportagem é da Folha de SP. Clique AQUI para ver.
Em uma sessão realizada na sexta-feira (14) em Recife — a terceira desde que a comissão foi reinstituída por Lula após sua extinção no governo do ex-presidente Bolsonaro —, os sete membros da CEMDP deverão aprovar uma nova análise do complexo incidente.
Na noite de 22 de agosto de 1976, um domingo, o carro Opala onde estava JK, dirigido por seu amigo e motorista Geraldo Ribeiro, transitava pelo km 165 da rodovia Dutra, rumo ao Rio de Janeiro.
De repente, o veículo perdeu o controle, atravessou o canteiro central, invadiu a via contrária (sentido São Paulo) e colidiu frontalmente com um caminhão. Ambos, JK e Ribeiro, faleceram no impacto.
Nos anos seguintes, várias investigações tentaram esclarecer o que levou o motorista a perder o controle do veículo. Durante o governo Militar, concluiu-se que o Opala teria sido atingido por um ônibus da empresa Cometa em uma tentativa de ultrapassagem, versão corroborada pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) em 2014 e por uma comissão externa da Câmara dos Deputados em 2001, sugerindo que foi um acidente.
No entanto, outras investigações apontaram para a possibilidade de um complô político contra JK, sugerindo que não houve colisão com o ônibus e que o carro poderia ter sido sabotado ou o motorista atacado. Essa conclusão foi apoiada pelas Comissões Estaduais da Verdade de São Paulo — com a colaboração de um grupo de trabalho de pesquisadores das universidades USP e Mackenzie — e de Minas Gerais, bem como pela Comissão Municipal da Verdade de São Paulo.
Como uma espécie de compromisso entre as duas teorias, mas inclinando-se mais para a hipótese de atentado, um inquérito civil conduzido pelo Ministério Público Federal (MPF) durante seis anos, de 2013 a 2019, descartou a colisão com o ônibus mas afirmou ser “impossível afirmar ou descartar” a hipótese de atentado, “vez que não há elementos materiais suficientes para apontar a causa do acidente ou que expliquem a perda do controle do automóvel”.
O caso agora deve ser reaberto. Clique AQUI para ver a reportagem da Folha na íntegra. Clique AQUI para ver fotos do acidente. (Foto: Arquivo Nacional; Fonte: Folha de SP)