O governo federal, por meio do Ministério da Educação (MEC), decidiu acabar com o formato digital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), criado pelo governo Jair Bolsonaro (PL) em 2020. Já este ano a prova será feita apenas presencialmente.
O anúncio foi feito, nesta semana, pelo presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palácios. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ele justificou o cancelamento da prova alegando que ‘poucos estudantes’ optaram por realizá-la desde sua criação, em 2020. Segundo o presidente do Inep, considerando a baixa adesão, o custo da versão digital de uma das principais formas de acesso ao ensino superior no Brasil, “não se justifica”.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais (Inep), órgão do MEC, poucos estudantes optaram nos últimos anos pela avaliação feita pelo computador, que tem alto custo. Em 2022, foram oferecidas 100 mil vagas para o Enem digital, 66 mil candidatos se inscreveram e cerca de 30 mil, apareceram para fazer a prova desta forma. A taxa de ‘não comparecimento’ é semelhante ao da prova presencial.
Ainda segundo o Estadão, o custo do Enem digital em 2022 foi de R$ 25,3 milhões. O valor por estudante, portanto, foi de cerca de R$ 860, enquanto na prova impressa ficou em cerca de R$ 160. Já a aplicação do Enem impresso custou R$ 324 milhões no ano passado e foi realizado por mais de 2 milhões de estudantes. Segundo Palácios, o alto custo também impede o Inep de expandir em escala a prova digital para que todos pudessem fazê-la neste formato.
Na época da criação do ‘Enem Digital’, em 2020, o ex-ministro da educação Abraham Weintrub explicou a adoção da modalidade: “É um ano de desafio, em razão da pandemia de coronavírus. No entanto, não é isso que vai fazer que percamos o ano […] Não podemos deixar para depois uma geração inteira de médicos, enfermeiros, engenheiros e professores. Não faz sentido”, afirmou.
A implantação do Enem digital tinha o objetivo de ser progressiva até que a prova fosse 100% digital em 2026. Após esse período, não haveria mais a versão em papel. O plano era poder ofertar mais de uma aplicação por ano, a exemplo do que ocorre em avaliações como o SAT, exame de seleção para universidades nos EUA. “Há cem anos a gente faz exame do mesmo jeito, em papel. Queremos fazer como é feito lá fora”, disse em 2019 o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub ao anunciar o projeto.
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