A primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, de centro-direita, participou nessa sexta-feira (17), do congresso nacional da ‘Confederação Geral dos Trabalhadores da Itália (CGIL)’, em Rimini, comuna italiana da região da Emília-Romanha.
Antes mesmo de iniciar sua fala, ela foi alvo de protestos de um grupo de sindicalista, que se retiraram do local com os punhos cerrados cantando ‘Bella Ciao’, uma centenária canção italiana que simboliza a resistência dos italianos ao fascismo. A música também ganhou popularidade em anos recentes por fazer parte da série espanhola “La Casa de Papel”, exibida na Netflix.
Assim como era feito com ex-presidente Jair Bolsonaro, na Itália Meloni também é acusada de ‘fascista’ por ser conservadora. Ela, porém, não se intimidou. Começou dando bom dia a todos, “inclusive àqueles que a contestam”. Também disse ser “vaiada desde os 16 anos”, apontando que “não quis renunciar ao convite em sinal de respeito ao sindicato”. Assista abaixo!
Congresso #Cgil, #Meloni contestata: in sala ” #BellaCiao ” e lei rimane in silenzio pic.twitter.com/pzLnSRer7d
— AGTW (@AGTW_it) March 17, 2023
“Este congresso é um exercício de democracia e participação que não pode deixar indiferente quem tem responsabilidades de decisão e que, como eu, sabe o dinamismo que estes eventos trazem. Não evito um contexto sabendo que é difícil. Isso não me assusta”.
Meloni também explicou que aceitou ir ao Congresso no sindicato: porque “Hoje celebramos o nascimento da nossa nação”. A líder italiana falava sobreo aniversário de 162 anos da Unificação da Itália. “Com esta presença, com este confronto, este debate, podemos celebrar autenticamente a unidade nacional. A oposição é positiva, tem um papel educativo, a unidade é outra coisa, é um interesse superior, um destino comum que dá significado para o confronto”.
Ela também voltou a explicar sua posição liberal na economia: “Viemos de um mundo em que a pobreza poderia ser abolida por decreto. Se fosse assim, o Estado teria que criar riqueza, não é assim. A riqueza é criada pelas empresas com seus trabalhadores. O Estado deve criar regras justas e redistribuir. Colocar empresas e trabalhadores em condições de criar riqueza que afete a todos”.
Na Itália, Meloni também trabalha para apresentar, em breve, uma reforma fiscal. “Queremos usar a alavanca fiscal como ferramenta de crescimento econômico, uma reforma que dê muita atenção ao trabalho, com intervenções nos rendimentos médios-baixos e novidades para os empregados.”