Parlamentares da oposição na Câmara dos Deputados estão se mobilizando para convocar o ministro interino da Comunicação, Laércio Portela (foto acima), para esclarecer a atuação do chamado “gabinete da ousadia”, revelado pelo Estadão nessa segunda-feira (10).
Segundo o jornal paulista, essa estrutura reúne membros da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República e equipes do PT que se encontram no Palácio do Planalto para definir temas e pautas que perfis associados ao partido devem utilizar nas redes sociais. Clique AQUI para ver a reportagem na íntegra.
Entre os congressistas que defendem a convocação estão Kim Kataguiri (União-SP), do MBL, e Ricardo Salles (PL-SP). “Vamos convocar o Ministro Laércio Portela, da Secom, para explicar na Câmara o gabinete do ódio petista. O Brasil precisa saber quem são os alvos dos petistas e quem são os influenciadores que participam do esquema”, escreveu Kataguiri. O governo nega a existência de um esquema para disseminar ataques a opositores.
Vamos convocar o Ministro Laércio Portela, da Secom, para explicar na Câmara o gabinete do ódio petista. O Brasil precisa saber quem são os alvos dos petistas e quem são os influenciadores que participam do esquema. pic.twitter.com/3db3UJbNEj
— Kim Kataguiri (@KimKataguiri) June 10, 2024
Segundo Kataguiri, a intenção é convocar o ministro para prestar esclarecimentos na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, apesar de esta ser presidida pelo petista Joseildo Ramos (PT-BA). Foi nesta comissão que a oposição conseguiu, por exemplo, garantir que o ministro da Controladoria-Geral da União, Vinícius Marques, prestasse esclarecimentos.
Ricardo Salles reforçou a intenção, afirmando: “Certamente haverá uma convocação. Total desvio de finalidade. Realmente coisa de republiqueta das bananas.”
Conforme apurou o Estadão, uma rede de páginas e perfis governistas tem se destacado na defesa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por meio de ataques coordenados a críticos e desqualificação da imprensa. A reportagem indica uma relação direta entre o governo e o partido com esses influenciadores, sugerindo que suas ações digitais são orientadas pelo Palácio do Planalto. O jornal não apontou registros de repasse de verba pública para esses influenciadores.
As reuniões das equipes de comunicação ocorrem virtualmente por volta das 8 horas e contam com a presença de assessores da Secom, do PT nacional e dos gabinetes das lideranças do partido na Câmara e no Senado.
Em nota ao Estadão, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República confirmou a realização de reuniões com aliados, mas negou estimular ataques. “O que acontece eventualmente são reuniões de integrantes da Secom com as áreas de comunicação das lideranças do governo na Câmara e no Senado, bem como do PT e dos partidos da base, para informar sobre as ações e os programas prioritários de governo. O objetivo é fazer fluir as informações da gestão, incluindo novos lançamentos e entregas, para qualificar o trabalho das lideranças e da base do governo no Congresso. Não há a participação de influenciadores nessas reuniões com a Secom, muito menos a discussão sobre ataques a críticos e desqualificação da imprensa”, diz a nota.
Apesar da negativa da Secom, a nota não esclarece quais informações são repassadas ao PT, quais influenciadores são convidados e se há incentivo a ataques direcionados a opositores. A oposição busca detalhes sobre a natureza dessas reuniões e as possíveis implicações políticas de sua existência. E mais: Jornalista da Globo News critica Haddad por ‘MP do Fim do Mundo’: “avacalhação”. Clique AQUI para ver. (Foto: EBC; Fonte: Estadão)
