A Folha de S.Paulo publicou um editorial intitulado “Déficit do Tesouro é maior do que sugerem balanços oficiais”, onde critica severamente a gestão fiscal do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo a Folha, “manobras orçamentárias —para inflar receitas, mascarar despesas públicas e driblar limites legais— começaram a ser utilizadas em grande escala no final do segundo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tornaram-se prática corrente da também petista Dilma Rousseff e voltaram com toda força na ofensiva frustrada de Jair Bolsonaro (PL) pela reeleição.”
De acordo com o veículo, essas práticas de contabilidade criativa têm distorcido os resultados fiscais, levando a comparações errôneas.
“Como o acúmulo histórico desses expedientes distorce resultados e pode levar a comparações indevidas, estudiosos passaram a fazer análises mais sofisticadas dos balanços do Tesouro Nacional, expurgando não só os efeitos da contabilidade criativa como os de eventos extraordinários, caso da pandemia”, destaca o editorial.
A Folha ressalta que o governo Lula tem divulgado uma redução no déficit primário para 0,1% do PIB no ano passado, cerca de R$ 11 bilhões, mas “já estão excluídos dessa conta cerca de R$ 30 bilhões em despesas classificadas como extraordinárias para o enfrentamento de tragédias.”
No entanto, segundo a análise do colunista Marcos Mendes da Folha, “o rombo subiria a 0,9% se contabilizados, além dos dispêndios emergenciais, desembolsos relativos a 2024 antecipados em 2023 —quando não estavam em vigor as atuais regras fiscais— e receitas adiadas de um ano para o outro.”
A reportagem também menciona as estimativas da Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado, que apontam que “as despesas do governo cresceram 4,3% acima da inflação no ano passado, depois de uma alta de descomunais 11% no retrasado.”
Outro ponto abordado pelo editorial é o estudo do próprio Tesouro Nacional sobre o resultado fiscal estrutural, mencionado pelo colunista Bráulio Borges da Folha.
“Por essa metodologia, o superávit de 0,55% do PIB oficialmente apurado no último ano Bolsonaro —com a ajuda da alta do petróleo e de um calote nos precatórios— dá lugar a um déficit de 0,8% do produto potencial”, indica o estudo.
O editorial conclui que, apesar de tais cálculos poderem sustentar um discurso político, “é inescapável que os números pioraram dramaticamente sob Lula, com déficit de 2% no primeiro ano de governo e de 1,16% nos três primeiros trimestres de 2024.”
A Folha alerta que “o que se vê com clareza, portanto, é que a gestão petista foi iniciada com aumento inaudito do gasto público, que hoje se reflete em alta da inflação e dos juros. Obter uma melhora na comparação com a calamidade de 2023 significa pouco na busca pelo reequilíbrio orçamentário. Sem ajustes bem mais profundos e rápidos, o governo levará o país a uma crise econômica.”. Clique AQUI para ver. (Foto; EBC; Fonte: Folha de SP)