Filipe G. Martins, ex-assessor especial para assuntos internacionais da Presidência durante o governo Bolsonaro (PL), teve sua situação carcerária alterada, saindo da carceragem da Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba e sendo transferido para uma cela no Complexo Médico Penal (CMP), em Pinhais, Paraná, conhecido como presídio da Operação Lava Jato. A defesa apresentou um pedido de relaxamento da prisão preventiva na quinta-feira (22).
Segundo o advogado Ricardo Fernandes, a PF comunicou à defesa que a ordem de transferência veio por e-mail do gabinete de Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Entretanto, posteriormente, o STF afirmou que não houve decisão do ministro ou da Corte nesse sentido, explicando que a transferência foi uma ação da própria PF após a prisão e audiência de custódia.
Martins, acusado de envolvimento em um suposto plano para um golpe de Estado, foi interrogado pela PF na quarta-feira (22), negando ter saído do país em 30 de dezembro junto com o então presidente Bolsonaro, que viajou para Orlando, na Flórida (EUA). Apresentou documentos que comprovam sua permanência no Brasil, incluindo passagens aéreas e comprovantes de despacho de bagagem.
A PF havia alegado que Martins deixou o país sem registro na alfândega, sustentando que a entrega de seu passaporte não seria suficiente para evitar risco de fuga. A Procuradoria-Geral da República concordou, resultando na prisão decretada por Moraes. Contudo, a defesa argumenta que houve equívoco, comprovado por novos documentos e testemunho de um porteiro.
A defesa alega que a transferência para o CMP, onde ficará inicialmente isolado, é uma forma de pressão para forçar uma delação. Segundo ele, o tratamento dado a Martins, que é um preso provisório, é mais gravoso do que o dado a Lula, que era um preso condenado. “Lula ficou o tempo todo na PF.”. Com base nos novos elementos, foi solicitado o relaxamento da prisão preventiva, aguardando uma decisão de Moraes.
“Reafirmo: houve um erro. Bastava a PF verificar a localização do celular do Filipe por meio dos dados das estações rádio-base ou pedir informações à imigração americana sobre a saída de lá ou os dados da companhia aérea para descobrir o engano e verificar que não há razão para mantê-lo preso”, afirmou o advogado. E mais: PM de SP baleado na cabeça recebe alta e homenagem com corredor de policiais. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução vídeo; Fonte: Terra)