Em escola de R$ 12 mil por mês, professor ataca aluno que defendeu agronegócio

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Durante uma palestra da indígena Sônia Guajajara na Escola Avenues, em São Paulo, um aluno foi atacado verbal e covardemente por um professor da instituição. A mensalidade na instituição de ensino chega a R$ 12 mil por mês, segundo reportagem da Folha de SP de junho de 2021. O motivo? Depois de ouvir a apresentação da ex-candidata à Vice-Presidência ao lado de Boulos, em 2018, recheada de críticas ao agronegócio brasileiro e ao governo federal, o estudante pediu a palavra e expôs suas discordâncias.

Mas o professor nãos e mostrou aberto ao diálogo. “Quando você entender o que é ser uma pessoa deste tamanho, lembrará deste dia com muita vergonha”, advertiu o professor. “Então, a minha recomendação é a seguinte: respeite-me, porque sou doutor em Antropologia. Não tenho opinião, sou especialista em Harvard. Isso é ciência. No dia em que você quiser discutir conosco, traga seu diploma e sua opinião, fundamentada em ciência. Aí sim poderá discutir com um especialista em Harvard.”

Ouça o áudio

Após o ataque do professor “de Harvard”, os colegas do aluno patriota, adolescentes abastados da sociedade paulista, aplaudiram as falas do mestre. Na sequência, Guajajara retomou sua apresentação e criticou latifundiários e fazendeiros, que, segundo ela, ocupam terras que deveriam ser redistribuídas para a população. “É preciso democratizar o acesso às terras. Os pais dos meus amigos trabalham no agronegócio, minha família vem da agropecuária”, afirmou.

A resposta da escola
Em nota pública, a escola minimizou o ataque sofrido pelo aluno. Primeiro, explicou o convite da palestrante: “A apresentação da Sra. Guajajara foi aprovada pela nossa equipe porque acreditamos que, em nossos esforços para desenvolver futuros líderes globais, uma conversa com uma líder indígena complementa nossos estudos sobre pegada ambiental e aumenta a visibilidade de lideranças femininas”.

E para completar, disse que o ALUNO havia sido desrespeitoso com Guajajara: “Durante o momento reservado a perguntas no evento da semana passada, um aluno discordou da Sra. Guajajara de maneira desrespeitosa”. Mas que o professor também havia cometido o mesmo erro, mas usou termo menos agressivo: “Em seguida, um professor corrigiu o aluno de uma maneira que também foi inapropriada. Além disso, um aluno gravou a sessão sem autorização, e um trecho foi divulgado publicamente fora da nossa comunidade”. Clique aqui para ler a nota da escola.

Críticas
O Movimento Escolas Abertas repudiou a atitude do professor. “Tomamos conhecimento de um caso ocorrido em uma escola particular de São Paulo, em que um adolescente, ao tentar expressar suas ideias, foi ridicularizado por um professor”, disse o grupo, em publicação no Instagram. “Diante desse caso, que sabemos não ser o único, decidimos nos posicionar e reiterar que casos abusivos precisam vir à tona, para que a sociedade civil se posicione e exija que as escolas não sejam usadas como palanques políticos ou ideológicos.”

Análise dos Pingos nos Is
Na noite dessa terça-feira (6), a bancada do programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, analisou, de forma brilhante, o ataque sofrido pelo aluno em sala de aula. Assista abaixo!

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Fonte: Revista Oeste
Foto: reprodução Avenues Instagram
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