Grupo do WhatsaApp do PL tem discussão dura entre deputados contra e a favor da reforma tributária

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Após a votação da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados, membros do partido Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro, envolveram-se em uma acalorada discussão em um grupo de WhatsApp da bancada.

De acordo com informações do jornal O Globo, a discussão ocorreu três dias após a votação e incluiu xingamentos, acusações e até ameaças de saída do partido.

Alguns parlamentares que apoiaram o governo foram fortemente cobrados pelos demais membros do partido. A matéria do jornal O Globo foi confirmada por alguns parlamentares envolvidos na discussão.

Após a discussão no grupo, alguns dos parlamentares favoráveis à Reforma Tributária (defendida pelo governo petista) estão considerando a possibilidade de solicitar à Justiça para deixar o PL sem infringir as regras de fidelidade partidária.

Esses parlamentares são minoria dentro do partido, que possui 99 deputados e se tornou o maior na Câmara após a adesão em massa na esteira de Jair Bolsonaro. Dos 99 deputados do PL, 20 votaram a favor da Reforma Tributária, enquanto 75 foram contrários.

Diante do debate acalorado no grupo de WhatsApp, o líder do partido, Altineu Côrtes (PL-RJ), decidiu bloquear envio de novas mensagens.

Expressões como “melancias traidores” e “extremistas” foram citadas durante a discussão, sendo feitas comparações com o antigo partido de Bolsonaro, o PSL.

Antes de bloquear o grupo, Côrtes informou aos parlamentares que iria conversar sobre a situação com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e com Bolsonaro.

A discussão se intensificou quando Vinícius Gurgel (PL-AP) começou a reclamar sobre a ‘perseguição’ e os ‘ataques’ nas redes sociais direcionados aos 20 parlamentares do partido que apoiaram a Reforma defendida pelo PT e Lula.
Gurgel foi um dos deputados que apoiaram a proposta, e em sua declaração tentou se diferenciar dos deputados tidos como ‘bolsonaristas’, afirmando que é somente ‘conservador’.

Outros parlamentares, como Julia Zanatta (PL-SC), atribuíram as reclamações ao comportamento daqueles que ficam “choramingando”.

Carlos Jordy (RJ) e Júnior Amaral (PL-MG), próximos de Zanatta, sugeriram que o partido tivesse duas lideranças distintas para representar os grupos divergentes.

Jordy afirmou que o PL não irá retroceder e deve consolidar-se como o maior partido conservador e de direita de oposição no Brasil, sugerindo que aqueles que não aceitam essa posição devem sair do partido.

Em meio ao tumulto, o ex-ministro da Saúde de Bolsonaro, General Pazuello, que foi eleito deputado pelo Rio de Janeiro em 2022, tentou acalmar os ânimos, enfatizando a importância da política e afirmando que o nome do partido é Partido Liberal, o que não comporta radicalismos e acusações.

Apesar das tentativas de apaziguar a situação, a discussão prosseguiu com Gurgel afirmando que o partido parecia “casamento forçado”. Ele lamentou: “Tristeza vcs terem vindo pro PL”.

André Fernandes (PL-CE), que votou contra a proposta, perguntou: “Vcs quem?”. Gurgel responde: “Vc, amigo, é um deles, pede expulsão, não respeita! Preferia vc em outro partido”. Fernandes rebate: “Não me chame de amigo. Não lhe dei essa liberdade”. Fernandes também disse: “Tá achando ruim? Pede para sair”. A resposta: “Na hora certa”.

Procurada pelo jornal O Globo, Julia Zanatta lamentou que a briga no grupo de WhatsApp tenha se tornado pública, mas reiterou suas declarações. Amaral também afirmou manter suas posições, mas preferiu não fazer comentários para não prejudicar o partido. Gurgel negou a intenção de sair do partido e criticou novamente os colegas de bancada que o atacaram no grupo. Os demais parlamentares envolvidos na discussão não responderam às perguntas do jornal.

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Fonte: O Globo
Foto: divulgação PL


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