O jornalista Diogo Mainard anunciou, nesta quarta-feira (10), sua saída do portal O Antagonista, que o próprio comunicador fundou, em 2015, ao lado de Caio Mesquita e Mario Sabino. Em agosto do mesmo ano, o veículo recebeu a chegada do jornalista Claudio Dantas e, em 2017, a de Felipe Moura Brasil.
Segundo nota publicada no portal, Mainard diz que “desistiu do Brasil”. “De tempos em tempos, desisto do Brasil. Estou desistindo novamente agora. Além de renunciar às urnas, resolvi renunciar também ao nosso site. A partir de hoje, vou parar de escrever para a imprensa. No caso, O Antagonista e a Crusoé”.
Ainda na nota, Mainard não pretende trabalhar em nenhum outro veículo por pelo menos um ano: “O plano é me dedicar a atividades mais gratificantes do ponto de vista intelectual e espiritual. De fato, pretendo passar meus dias deitado no sofá, tirando meleca do nariz. Quanto tempo isso vai durar? O trato é permanecer um ano de folga. Pode ser mais, pode ser menos. A única certeza é que vou me abster de comentar a campanha eleitoral, os debates na TV, o resultado do primeiro turno, a festa do vencedor, os nomes dos ministros, as tentativas de golpe, a compra dos parlamentares. Sinto-me revigorado só de ver essa lista”.
Por fim, Mainard cita o provável embate entre Lula e o presidente Bolsonaro, no segundo turno, como um dos motivos por sua “desistência do Brasil: “havia prometido me atirar do campanário de São Marcos em caso de segundo turno entre Lula e Jair Bolsonaro. A aposentadoria precoce foi o jeitinho acovardado que arrumei para descumprir a promessa”.
Repercussão
O comentarista da Jovem Pan Rodrio Constantino foi breve em sua avaliação e disse apenas: “Vai tarde” ao compartilhar a própria notícia do Antagonista.
Já o economista e influenciador Leandro Ruschell fez uma longa análise do histórico de atuação do portal durante o Governo do presidente Jair Bolsonaro. “Antagonista morreu para mim no dia que eles publicaram, sob autoria do Felipe Judas Brasil, uma matéria de capa com a chamada “Os Blogueiros de Crachá”, criminalizando ativistas de direita e sugerindo que todos operavam a soldo do Governo Federal”.
Ainda de acordo com o texto publicado em suas redes sociais, “A matéria serviu de combustível para alimentar a perseguição ao movimento conservador, tanto pela CPI da Censura, quando pelos inquéritos supremos. O mais irônico é que a própria Crusoé foi alvo de censura suprema e à época foi defendida pelas pessoas que passou a perseguir”.
Por fim, ele aponta uma espécie de parceria entre o portal e seus editores com o ex-ministro Sérgio Moro: “O Antagonista sempre foi um instrumento de Moro. Hoje, em perspectiva, fica evidente que os antas moristas já iniciavam ali o movimento de boicote e perseguição ao governo, com objetivo de assumir a liderança da direita. Não só deu errado. Foi um tiro de bazuca no pé”.
Diogo Mainardi anunciou que está deixando O Antagonista.
Desde que resolveu virar às costas aos seus leitores e apoiadores para virar instrumento do projeto de poder morista, o veículo só perdeu assinantes e relevância.
É uma questão de tempo para o portal fechar.🧵👇
— Leandro Ruschel 🇧🇷🇺🇸🇮🇹🇩🇪 (@leandroruschel) August 10, 2022
