O delegado Bruno Calandrini enfrentará processo após ser indiciado pela Polícia Federal por abuso de autoridade. É o que aponta reportagem do portal Poder360.
O caso tem raízes na investigação sobre suposta corrupção no Ministério da Educação durante o governo do ex-presidente Bolsonaro, que resultou na prisão do ex-ministro Milton Ribeiro (foto acima) por meio da operação ‘Acesso Pago’. Além de Milton, foram presos naquela ocasião os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos e mais dois suspeitos.
A ação visava investigar um suposto ‘tráfico de influência’ e corrupção na liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
O relatório conclusivo da PF, porém, aponta para a inserção de dados falsos por parte de Calandrini, em um aparente esforço para validar suas alegações de interferência no caso.
Bruno Calandrini foi responsável pela investigação sobre um suposto caso corrupção no Ministério da Educação do governo de Jair Bolsonaro (PL), que levou Milton Ribeiro à prisão. Em junho de 2022, o delegado pediu ao STF a prisão de integrantes da cúpula da Polícia Federal. Milton foi preso em junho e solto no dia seguinte pelo juiz federal Ney Bello, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região). Foi quando Calandrini enviou mensagens a colegas dizendo que houve “interferência nas investigações contra Milton”. Segundo ele, houve tratamento diferenciado para o ex-ministro na época.
O relatório da PF, contudo, concluiu que a interferência apresentada pelo delegado não existiu. Conforme o documento, Bruno Calandrini teria ouvido funcionários da administração pública sem autorização para apurar a suposta participação deles na investigação sobre corrupção no MEC.
Depoimentos cruciais de funcionários como João Batista Silva Barbosa, Vinicius Araújo de Lima, Samuelson Yoiti Igaki e Carlos Olavo Silveira, que poderiam corroborar ou refutar as afirmações de Calandrini, não foram anexados às investigações.
Esses funcionários, todos em seus cargos durante a prisão de Milton Ribeiro, foram supostamente mencionados por Calandrini como auxiliares na libertação do ex-ministro. No entanto, o processo de investigação não seguiu os procedimentos adequados, conforme explicado pelo relatório da PF. A Corregedoria de Polícia deveria ter instaurado um inquérito policial e comunicado o Ministério Público, o que não ocorreu no caso conduzido por Calandrini.
Além disso, o delegado é acusado de colocar a investigação em sigilo sem justificativa, uma ação considerada desnecessária e que poderia indicar uma tentativa de ocultar informações relevantes. O depoimento dos funcionários mencionados não foi encontrado nos registros, o que levanta suspeitas sobre o manuseio dos documentos pelo próprio Calandrini. E mais: Conselho do Ministério da Justiça pede fim de cantinas em cadeias. Clique AQUI para ver. (Foto: EBC; Fontes: Poder360; EBC)