Defesa de Carla Zambelli diz que prisão na Itália é provável

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A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pode ser detida pela polícia italiana a qualquer momento, segundo sua nova equipe jurídica.

O advogado Fábio Pagnozzi, que assumiu sua defesa após a saída de Daniel Bialski, afirmou nesta sexta-feira (14) que a prisão é considerada “altamente provável”, mas demonstra otimismo quanto à obtenção rápida de um habeas corpus.

“Existe grande probabilidade de ela ser presa, isso pode acontecer a qualquer momento. E daí vamos fazer um recurso, apresentar um habeas corpus. Ela tem moradia na Itália, acreditamos que conseguirá”, declarou Pagnozzi à Folha de SP.

Zambelli está em Roma, onde, de acordo com o advogado, evita sair, mas não está foragida. A parlamentar tenta evitar a extradição ao Brasil, que solicitou oficialmente sua entrega às autoridades italianas na quarta-feira (11).

Para se defender, a deputada contratou também o advogado italiano Pieremilio Sammarco, especialista em casos de extradição. A estratégia, segundo Pagnozzi, é permanecer na Itália e até cumprir pena por lá, se necessário.

“Uma coisa que pesa é a conjuntura no Brasil, onde não há equilíbrio político nem clima no STF para que haja um tratamento justo e equilibrado do caso dela. Na Itália, isso é diferente, inclusive por ser um país mais de direita”, afirmou o defensor. Ele mencionou ainda que o atual governo italiano, liderado por Giorgia Meloni, pode influenciar positivamente na análise do caso.

Pagnozzi acredita que a Justiça italiana pode negar a extradição com base na natureza do crime: “O que vai contar muito é a tipificação do crime. No caso dela, não parece ser grave o suficiente para que seja extraditada. Também não vejo precedente para isso. Mas é uma decisão que cabe à Justiça italiana, claro.”, disse ao veículo.

Segundo o advogado, Zambelli está emocionalmente abalada e sente-se desamparada por antigos aliados. “Ela está com as redes suspensas, impossibilitada de pedir doações. Está sobrevivendo com o que sobrou de suas economias. Não vai aguentar muito tempo. Ela está se sentindo abandonada, sente isso na pele.” Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido na Câmara, seria o único da cúpula que tem prestado algum apoio.

A defesa também planeja ingressar com pedido de revisão criminal no Supremo Tribunal Federal, embora reconheça que as chances de êxito sejam remotas. O argumento seria baseado em depoimento recente do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, que negou ter se reunido com Delgatti, contrariando parte das acusações.

Enquanto isso, Zambelli aguarda de longe a decisão da Câmara dos Deputados sobre sua prisão. A Constituição exige que a ordem do STF seja referendada por pelo menos 257 parlamentares. Inicialmente, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), havia acatado a decisão do Supremo sem levar o tema ao plenário, mas voltou atrás após manifestação da defesa da deputada.

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