Crescimento do PIB não é tendência, mas um “soluço”, explica especialista em contas públicas

direitaonline



Na semana passada, o Banco Mundial surpreendeu o mercado ao divulgar uma revisão nas previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2023, gerando debates e preocupações entre os economistas e analistas. A instituição internacional aumentou a estimativa de crescimento de 1,2% para 2,6%, o que inicialmente soou como uma notícia positiva para o país. No entanto, esse otimismo foi contrabalanceado pela redução das projeções para 2024 e 2025, que caíram de 1,4% para 1,3% e de 2,4% para 2,2%, respectivamente.

O que motivou essa reviravolta nas previsões econômicas para o Brasil? Segundo o economista Marcos Mendes, em entrevista ao Metrópoles, um dos maiores especialistas em contas públicas do país, pesquisador do Insper e um dos criadores do teto de gastos, o aumento previsto para o PIB em 2023 não deve ser interpretado como uma tendência sólida, mas sim como um “soluço” da economia brasileira. Esse fenômeno é, em grande parte, resultado da volatilidade econômica que o país tem enfrentado nos últimos anos.

Mendes destaca que os tradicionais “voos de galinha” da economia brasileira estão se tornando cada vez mais frequentes e menos expressivos. Ele comenta: “Há pouco tempo, quando comemorávamos um ‘pibão’, ele era de 5% ou 7% ao ano. Agora, quando se fala em menos de 3%, todo mundo comemora. Ou seja, 3% virou ‘pibão’.” Essa mudança de perspectiva reflete a dificuldade do país em atingir níveis de crescimento mais robustos e consistentes.

O especialista aponta que, neste momento, um dos principais obstáculos para um avanço sustentável da economia brasileira reside nas projeções das contas públicas para 2024, ou seja, no quadro fiscal estabelecido pelo governo petista para o próximo ano. Mendes identifica que as receitas estão sendo superestimadas e os gastos subestimados, o que gera preocupações sobre o equilíbrio fiscal e a capacidade do governo de cumprir suas metas orçamentárias.

Qual é o problema do atual quadro fiscal?
O problema é que o Ministério da Fazenda fez uma aposta. Ele achou que conseguiria equilibrar o Orçamento por meio do aumento de receitas. Isso sancionou uma elevação de despesas feita no fim do ano passado, com a PEC da Transição. Acontece que os gastos estão garantidos e as receitas não. Além disso, temos um novo entrave com um desequilíbrio de forças entre o Executivo e o Legislativo.

Qual pode ser o resultado dessa fragilização?
Fragilizado, o governo pode aceitar um déficit maior, mudando a meta de déficit zero para o próximo ano e flexibilizando espaço para gastos. Isso acomoda o lado político, mas piora o econômico, deteriora as expectativas econômicas. Clique AQUI para ler a entrevista na íntegra.

E veja também: Putin condena “métodos cruéis” de Israel e compara cerco a Gaza a Leningrado. Clique AQUI para ver.


APOIO!
Pix: Você pode nos ajudar fazendo um PIX ? Precisamos de sua ajuda!
Nossa chave de acesso é direitaonlineoficial@gmail.com | Banco Santander


Fonte: Metrópoles
Foto: Divulgação (Metrópoles)

Gostou? Compartilhe!
Next Post

Reunião do Conselho de Segurança da ONU convocada pelo Brasil termina sem resolução sobre guerra

A reunião do Conselho de Segurança da ONU convocada pelo chanceler brasileiro Mauro Vieira, que atualmente preside rotativamente o Conselho, terminou sem a aprovação de uma resolução concreta em relação ao conflito entre o grupo terrorista Hamas e Israel. O encontro, que ocorreu em Nova York na sexta-feira, 13, foi […]