Com a morte do Papa Francisco, aos 88 anos, a Igreja Católica se prepara para um novo conclave — o encontro dos cardeais que irá escolher o próximo pontífice.
Enquanto orações e homenagens marcam o luto, cresce nos bastidores do Vaticano a expectativa em torno de quem será o sucessor no trono de São Pedro. A seguir, veja os nomes mais cotados entre os chamados papabili — os cardeais com chance de se tornar o próximo papa, segundo lista da agência de notícias Reuters.
Jean-Marc Aveline (França, 66 anos)
Arcebispo de Marselha, tem perfil intelectual e pastoral, afinado com os ideais do Papa Francisco. De origem argelina e raízes espanholas, ganhou destaque por sua atuação inter-religiosa no Mediterrâneo. Caso eleito, será o primeiro papa francês desde o século XIV.
Peter Erdo (Hungria, 72 anos)
Arcebispo de Esztergom-Budapeste, une formação teológica sólida e perfil diplomático. Já era cogitado no conclave anterior. Tem reputação de equilíbrio entre progressistas e conservadores.
Mario Grech (Malta, 68 anos)
Secretário-geral do Sínodo dos Bispos, representa a ala reformista. Antes visto como conservador, tornou-se uma das vozes mais alinhadas ao pontificado de Francisco, o que lhe rende apoios e resistências.
Luis Antonio Tagle (Filipinas, 67 anos)
Conhecido como o “Francisco asiático”, tem forte apelo popular e atuação marcante à frente da Caritas. Carismático, bilíngue e de sólida formação teológica, seria o primeiro papa asiático da história.
Pietro Parolin (Foto da reportagem; Itália, 70 anos)
Secretário de Estado do Vaticano, com longa trajetória diplomática. Tem forte inserção na Cúria Romana e apoio entre diferentes correntes da Igreja. Seu perfil discreto pode favorecer um consenso.
Peter Turkson (Gana, 76 anos)
Filho de um carpinteiro e de uma vendedora de vegetais, Turkson tem trajetória marcante na África e no Vaticano. Com sólida experiência pastoral e forte atuação em temas sociais, pode ser o primeiro papa da África Subsaariana. Já liderou o Conselho Justiça e Paz e é reconhecido por seu carisma e capacidade de diálogo.
Juan José Omella (Espanha, 79 anos)
Arcebispo de Barcelona e figura central da ala progressista. Tem histórico missionário e atua fortemente em causas sociais. Participa do conselho que assessora o papa e tem perfil pastoral, valorizado neste momento.
Joseph Tobin (EUA, 72 anos)
Arcebispo de Newark, é visto como um líder próximo dos marginalizados e comprometido com a transparência. Foi destaque ao enfrentar escândalos de abusos e é respeitado por sua visão pastoral aberta.
Matteo Zuppi (Itália, 69 anos)
Arcebispo de Bolonha, é chamado de “o Bergoglio italiano” por sua identificação com o Papa Francisco. Ligado à Comunidade de Sant’Egidio, tem histórico em mediações de paz e ações sociais. Recentemente atuou como enviado papal na guerra entre Rússia e Ucrânia. Seu estilo simples e direto agrada, mas sua proximidade com setores progressistas causa resistência em alas conservadoras.