O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, nesta quarta-feira (19), elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, alcançando 14,25% ao ano.
Esse é o maior nível desde agosto de 2016 e marca a quinta alta seguida, sendo a segunda sob a gestão de Gabriel Galípolo. O movimento já era esperado pelo mercado e segue o planejamento definido em dezembro, quando o BC indicou duas elevações adicionais após a taxa subir de 11,25% para 12,25%.
Após reduzir os juros entre agosto de 2023 e maio de 2024, levando a Selic a 10,5%, o BC retomou o aperto monetário em setembro, diante da inflação persistente e da deterioração das expectativas econômicas.
Para maio, o Copom indicou novo ajuste, mas menor que o atual, dependendo das condições econômicas. No comunicado, o colegiado expressou preocupação com o cenário externo, citando “principalmente […] a política comercial [dos EUA] e seus efeitos”, em referência às tarifas aplicadas por Donald Trump.
A incerteza fiscal do governo brasileiro também foi mencionada como fator de risco, especialmente com medidas de estímulo ao consumo, como o saque-aniversário do FGTS e a ampliação do crédito consignado.
A pesquisa Focus estima que a inflação (IPCA) fechará 2025 em 5,66% e 2026 em 4,48%, acima da meta de 3%. Em fevereiro, o índice registrou alta de 1,31%, o maior para o mês desde 2003, acumulando 5,06% em 12 meses.
No cenário internacional, as tarifas impostas pelos EUA sobre aço e alumínio, em vigor desde 12 de março, geraram tensões comerciais, com reações de parceiros como Canadá, México e China.
Enquanto isso, o Federal Reserve manteve sua taxa de juros entre 4,25% e 4,5%, indicando estabilidade no curto prazo. Diante dessas incertezas, o Copom adota uma postura cautelosa para controlar a inflação. E mais: STF agenda julgamento de Filipe G. Martins e ex-diretor da PRF. Clique AQUI para ver. (Foto: EBC; Fonte: CNN)