CNBB critica governo Lula e cobra ‘compromisso assumido’ contra o aborto

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Nesta quarta-feira (18), a Conferência Nacional de Bispos no Brasil (CNBB) divulgou nota em que critica o que classificou como “toda e qualquer iniciativa que sinalize para a flexibilização do aborto”. A mensagem aconteceu após o governo de Lula retirar o Brasil do ‘Acordo de Genebra’.

A portaria petista, assinada em conjunto por Ministérios como o da Saúde e das Relações Exteriores, permitiu a revogação de outra portaria que determina a comunicação do aborto por estupro às autoridades policiais.

A Nota da CNBB pede esclarecimento do Governo Federal considerando que a defesa do nascituro foi compromisso assumido em campanha e também sobre a desvinculação do Brasil com a ‘Consenso de Genebra’, assinada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2020.

No documento, a CNBB reitera que “a hora pede sensatez e equilíbrio para a efetiva busca da paz e reforça que é preciso lembrar que qualquer atentado contra a vida é também uma agressão ao Estado Democrático de Direito e configura ataques à dignidade e ao bem-estar social”. Confira, abaixo, a íntegra do documento.

Nas redes sociais, Dom Odilio Scherer, arcebispo de São Paulo, publicou: “A Igreja católica não é a favor do aborto! Não é, nunca foi e nunca será a favor do aborto”. A postagem, claro, rendeu críticas. “Mas apoiam políticos favoráveis ao aborto, o que dá no mesmo.”, escreveu um seguidor. “Mas você apoia aqueles que defendem o aborto”, escreveu outro. “Faz o L, prezado Dom Scherer. Não finja desentendimento. Você apoiou a candidatura, logo, apoiou o aborto. Não seja covarde”.

 

Leia abaixo a nota na íntegra da CNBB, assinada por Dom Walmor Oliveira de Azevedo, Arcebispo de Belo Horizonte (MG) e Presidente da CNBB.

“A VIDA EM PRIMEIRO LUGAR
Nota da CNBB
“Diante de vós, a vida e a morte. Escolhe a vida!” (cf. Dt 30,19)

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) não concorda e manifesta sua reprovação a toda e qualquer iniciativa que sinalize para a flexibilização do aborto. Assim, as últimas medidas, a exemplo da desvinculação do Brasil com a Convenção de Genebra e a revogação da portaria que determina a comunicação do aborto por estupro às autoridades policiais, precisam ser esclarecidas pelo Governo Federal considerando que a defesa do nascituro foi compromisso assumido em campanha.

A hora pede sensatez e equilíbrio para a efetiva busca da paz. É preciso lembrar que qualquer atentado contra a vida é também uma agressão ao Estado Democrático de Direito e configura ataques à dignidade e ao bem-estar social.
A Igreja, sem vínculo com partido ou ideologia, fiel ao seu Mestre, clama para que todos se unam na defesa e na proteção da vida em todas as suas etapas – missão que exige compromisso com os pobres, com as gestantes e suas famílias, especialmente com a vida indefesa em gestação.

Não, contundente, ao aborto!
Possamos estar unidos na promoção da dignidade de todo ser humano.”

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