Chegou ao Brasil no sábado (3) um foguete da startup aeroespacial sul-coreana Innospace que será lançado da Base de Alcântra, no Maranhão. Um avião Boeing 747 pousou no Aeroporto Internacional Marechal Cunha Machado, trazendo partes da nave. O avião saiu de Seul, na Coreia do Sul, e foi operado pela National Airlines, dos Estados Unidos.
Segundo a empresa, o lançamento, previsto para acontecer ainda este ano, servirá como teste para um foguete de estágio único de cerca de 16 metros de altura chamado HANBIT-TLV.
A empresa aeroespacial e de defesa sul-coreana Innospace será a primeira empresa privada a enviar um foguete do centro de lançamento de Alcântara, no norte do Brasil, em dezembro, revelou à imprensa o presidente da Agência Espacial Brasileira, Carlos Moura, ainda no primeiro semestre.
First look at our suborbital rocket, HANBIT-TLV FM (Flight Model) which will start a journey to the Alcântara Space Center in Brazil for the first test flight. pic.twitter.com/g0tKCdX3WP
— innospacecorp (@innospacecorp) December 2, 2022
A Innospace, que planeja tornar os lançamentos de pequenos satélites de baixo custo mais acessíveis de vários locais ao redor do mundo, ainda está desenvolvendo seu foguete e o testará com um lançamento experimental de Alcântara.
A start-up sul-coreana está desenvolvendo um foguete híbrido movido a combustível sólido e líquido e testará o veículo em um voo suborbital que levará uma carga útil do sistema de navegação inercial para a Força Aérea Brasileira (FAB) que opera a base de Alcântara, disse a agência brasileira.
O Brasil espera obter uma fatia do crescente mercado de lançamento de pequenos satélites, oferecendo sua base em Alcântara, cuja localização na costa atlântica pelo equador reduz os custos de combustível, pois os satélites não precisam viajar tão longe para entrar em órbita.
Outras empresas
A empresa americana de foguetes Hyperion desistiu das negociações com o Brasil no início do ano, e a Innospace ocupou seu lugar para se tornar a operadora da principal área de lançamento da base de Alcântara, administrada pela Força Aérea Brasileira.
A empresa aeroespacial canadense C6 Launch Systems Inc, que no ano passado obteve uma licença de operadora brasileira, planeja um lançamento de Alcântara em 2023, enquanto a Orion AST, com sede na Virgínia, que planeja lançamentos inicialmente com o objetivo de coletar lixo espacial, por enquanto não foi adiante nas negociações.
A Virgin Orbit, do bilionário Richard Branson, também obteve uma licença para operar no Brasil e usará a pista existente de 2,6 quilômetros (1,6 milhas) de Alcantara para seu Boeing 747, Cosmic Girl, para decolar e lançar foguetes que colocam pequenos satélites em órbita terrestre baixa.
Moura disse que as empresas de satélite menores estão tendo dificuldade em agendar lançamentos em bases no exterior, com listas de espera de dois a três anos, então Alcântara pode se tornar uma alternativa.
Embora Elon Musk tenha visitado o Brasil recentemente, sua SpaceX não tem planos de investir em uma nova instalação como Alcântara e continuará trabalhando em locais existentes nos Estados Unidos, disse Moura. Mas se o número de voos da SpaceX aumentar rapidamente e o governo dos EUA decidir construir uma instalação no norte do Brasil, isso pode mudar, disse ele.
Após 20 anos
Com o empenho do deputado Eduardo Bolsonaro, a Câmara dos Deputados aprovou, em 2019, o acordo entre Brasil e Estados Unidos sobre lançamentos a partir do centro espacial de Alcântara, no Maranhão. Foram 329 votos a favor e 86 contra. O texto tramitou na forma do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 523/19, que será votado ainda pelo Senado.
Naquele ano, o governo Bolsonaro argumentou que o acordo viabilizaria comercialmente o centro de Alcântara. O interesse dos EUA (e agora de outras países) na base decorre da sua localização, na linha do equador, que reduz o consumo de combustível de foguete, tornando os lançamentos mais baratos.
Pelo texto aprovado, em 2019, o Brasil pode aplicar os recursos recebidos pelos lançamentos no desenvolvimento do programa espacial do país, mas não poderá usá-los em compra, pesquisa ou produção de foguetes de longo alcance proibidos pelo MTCR ou drones. A expectativa é de que o Brasil 1% do mercado de lançamento de foguetes até 2030.
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