‘O Globo’ pede privatização ‘urgente’ das estatais

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O jornal O Globo publicou um editorial intitulado “Déficit recorde das estatais mostra que privatizar é urgente”, no qual defende a necessidade de privatização de empresas públicas diante dos prejuízos registrados em 2024. O editorial destaca que, excetuando-se bancos públicos e a Petrobras, as estatais federais encerraram o ano com um déficit de R$ 6,7 bilhões, o maior em 23 anos, conforme dados do Banco Central.

A ministra de Gestão e Inovação, Esther Dweck, tentou minimizar o impacto do resultado. “Não chamem de rombo”, afirmou. “O que foi divulgado pelo Banco Central é o resultado fiscal das empresas, que pensa só as receitas do ano e as despesas do ano. Muitas despesas são feitas pelas estatais com dinheiro que estava em caixa, portanto ele acaba gerando resultado deficitário, ainda que as empresas tenham lucro.”



O Globo argumenta que, independentemente da explicação técnica utilizada pelo governo, é inevitável que o Tesouro Nacional precise cobrir o déficit das estatais, como já ocorreu no passado.

O jornal recorda que, nos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, essas empresas passaram por um processo de saneamento financeiro, reduzindo seu peso nos cofres públicos. No entanto, com a volta de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, voltaram a operar no vermelho.



Entre os exemplos citados no editorial, os Correios aparecem como a empresa com maior déficit, totalizando R$ 3,2 bilhões em 2024. O texto lembra que a estatal esteve no Plano Nacional de Desestatizações e que o BNDES chegou a elaborar um estudo detalhado sobre sua privatização, mas o governo interrompeu o processo.

“A Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais afirma tentar aumentar as fontes de receitas da empresa. Mas faz sentido mantê-la nas mãos do Estado?”. O jornal critica a gestão da empresa e rebate o argumento de que sua estatização seria necessária para atender regiões remotas:

“Ela é tão mal gerida que não há entrega diária de correspondência nem em bairros da Zona Sul do Rio de Janeiro. Com investimento privado, é possível cobrar por melhor qualidade do serviço e manter intacta a malha de distribuição.”



Outro caso destacado é o da Infraero, que registrou um prejuízo de R$ 540 milhões em 2024. O Globo ressalta que, com a privatização de diversos aeroportos, a empresa perdeu receita e seu modelo atual não se justifica mais. “O êxito da privatização dos terminais não justifica mais a existência da estatal na forma atual. É preciso rever sua missão e seu tamanho.”



A Casa da Moeda, também citada no editorial, enfrenta dificuldades financeiras devido à popularização dos pagamentos digitais. Outras empresas públicas criticadas são a Ceitec, a CBTU e a Emgepron.

“Que dizer do Ceitec, projeto para produzir semicondutores que jamais fez sentido, já custou perto de R$ 1 bilhão da União e cuja liquidação foi suspensa por Lula ao assumir? Ou da CBTU, empresa de trens atuante em poucas capitais, num setor em que as melhores soluções para atrair investimentos são as concessões ao setor privado? Ou ainda da Emgepron, que recebeu R$ 10 bilhões do Tesouro entre 2017 e 2019 para construir navios (setor em que o Brasil jamais foi competitivo) e fechou 2024 com déficit estimado em R$ 2,5 bilhões?”



O editorial conclui que a viabilidade dessas empresas deve ser analisada sob um critério técnico e que a maioria delas deveria ser privatizada ou extinta.

“O rombo das estatais serve de alerta ao governo. A viabilidade dessas empresas tem de ser analisada de forma técnica. Seu desempenho precisa ser cotejado com a realidade do mercado em que atuam e, com raríssimas exceções em casos de segurança nacional, devem ser privatizadas ou liquidadas.” Clique AQUI para ler na íntegra. (Foto: EBC)

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