Carmem Lúcia vota contra, e André Mendonça pede vista em julgamento de ações que modernizam leis ambientais

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Após o primeiro voto da ministra Carmen Lúcia contra os projetos, o Supremo Tribunal Federal (STF) adiou, nessa terça-feira (6), a conclusão do julgamento sobre a constitucionalidade de medidas tomadas pelo governo federal na área ambiental. A sessão foi suspensa por um pedido de vista do ministro André Mendonça. Não há data para a retomada do julgamento.

A Corte começou a julgar na semana passada duas ações. Na primeira, sete partidos (PSB, Rede, PDT, PV, PT, PCdoB e PSOL) pedem que o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm) seja executado de forma efetiva pelas autoridades ambientais.

A segunda ação, protocolada pela Rede, pede o “reconhecimento da omissão do governo em coibir o desmatamento na região” e a imposição de medidas judiciais de combate aos crimes ambientais.

Até o momento, somente a relatora, ministra Cármen Lúcia, se manifestou. Em um voto que durou duas sessões, a ministra declarou o chamado estado de coisas inconstitucional em matéria ambiental, ou seja, alegou que medidas tomadas pelo governo federal em relação à matéria são “inconstitucionais” e justificam a intervenção do Judiciário. Em seu voto, porém, chamou mais a atenção às críticas aos programas em si do que à constitucionalidade do que foi apresentado pelo governo federal.

A ministra determinou que o governo formule, em 60 dias, um plano de execução efetivo de combate a crimes ambientais e de diminuição do desmatamento ilegal em terras indígenas e unidades de conservação na Amazônia Legal. Faltam os votos de dez ministros.

AGU
No dia 30 de março, no primeiro dia de julgamento, o advogado-geral da União, Bruno Bianco, defendeu a rejeição das ações e argumentou que não houve descontinuidade das medidas de proteção ao meio ambiente. Bianco argumentou que a preservação da Amazônia e o combate ao desmatamento ilegal são desafios que não têm solução fácil.

O advogado-geral da União citou ações do governo federal na área, como a primeira fase da Operação Guardiôes do Bioma, que resultou no combate a 16 mil focos de incêndio, identificação de 6,7 mil crimes ambientais e cerca de 1,5 mil multas aplicadas.

“Fica muito claro que as impugnações expostas pelos partidos políticos requerentes traduzem pretensões de intervenções diretas e rearranjo na atuação do Poder Executivo, já que não há qualquer omissão, inconstitucionalidade ou afronta a qualquer preceito fundamental, conforme demonstrado”, afirmou a ministra.

André Mendonça
O ministro suspendeu o julgamento das duas ações. O magistrado solicitou um maior tempo de análise e pediu vistas dos processos. Para justificar o pedido de vista, André Mendonça disse que foi sorteado como relator de duas ações sobre o tema ambiental que tratam sobre o estado de coisas inconstitucional em relação aos biomas Amazônia e Pantanal. Por isso, ele prefere se aprofundar melhor sobre o tema. “Para onde as madeiras ilegais estão indo? Temos informações que madeiras de lei da região amazônica são vendidas na Europa a preço de compensado”, afirmou. Em seu voto, Mendonça também disse que os estados têm responsabilidade na na preservação do meio ambiente. Assista!

 

Fux
Após pedido de vista, no fim da sessão, o presidente do STF, Luiz Fux, comunicou que a Corte continuará com o julgamento de outras quatro ações do chamado “Pacote Verde”, nesta quinta-feira (7/4): a que questiona o decreto federal que passou a coordenação da Operação Verde Brasil 2 para o Ministério da Defesa; outra que retirou a participação da sociedade civil do conselho do Fundo Nacional do Meio Ambiente; uma resolução sobre padrões de poluição do ar e a concessão automática de licença ambiental para atividades classificadas como “risco médio” ao meio ambiente. André Mendonça já adiantou que não pretende pedir vista das demais ações.

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Fontes: Agência Brasil; Jovem Pan; JOTA
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