Bolsonaro se manifesta após virar réu no STF

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) se manifestou nesta quarta-feira (26) após se tornar réu no Supremo Tribunal Federal (STF) no caso da suposta tentativa de golpe.

Em um discurso de 50 minutos, Bolsonaro afirmou que a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) é resultado da “criatividade de alguns”, reforçou seu apoio a manifestações populares e negou ter tentado reverter o resultado das eleições de 2022.

Durante sua fala, o ex-presidente voltou a questionar a segurança do sistema eleitoral, defendeu a implementação do voto impresso e criticou o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes.

“Vivemos um momento de intranquilidade por causa da criatividade de alguns — declarou Bolsonaro. — A acusação (da trama golpista) é grave e infundada”.

Para sustentar que os atos de 8 de janeiro de 2023 não representaram uma tentativa de golpe, Bolsonaro citou o atual ministro da Defesa, José Múcio, afirmando que as manifestações foram pacíficas.

“As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas. Mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, como invasão de propriedade.”

O ex-presidente destacou que auxiliou Múcio no diálogo com os comandantes das Forças Armadas durante a transição de governo, argumentando que essa postura contradiz qualquer intenção golpista.

“Demos continuidade à transição. Os caminhoneiros bloquearam estradas pelo Brasil. Eu fiz um vídeo pedindo que parassem, e eles atenderam. Durante a transição, me encontrei com José Múcio em dezembro. Ele pediu apoio e, no dia seguinte, foi atendido em tudo”.

Bolsonaro também contestou a tese de que teria arquitetado um golpe, afirmando que esse tipo de ação exige apoio do “parlamento, setores da economia, empresários, sociedade”.

“O relator Moraes está convencido de que havia um documento de estado de defesa. Mas, antes de assinar algo assim, o presidente precisa se reunir com o conselho. Não convoquei conselhos nem atos preparatórios”.

Bolsonaro também repudiou a decisão do TSE que o tornou inelegível por ataques ao processo eleitoral durante uma reunião com embaixadores. Ele afirmou que encontros com missões diplomáticas são uma atribuição “privativa” do presidente da República.

Sobre os atos de 8 de janeiro, Bolsonaro ironizou a acusação de destruição de patrimônio. “Uma das acusações contra mim é de destruição de patrimônio. Só se for por telepatia. Os militares estavam de férias. Os comandantes jamais embarcariam em uma aventura”. A entrevista na íntegra pode ser vista no Youtube AQUI . (Foto: reprodução vídeo; Fonte: O Globo)

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