Nesta sexta-feira (19), a revista VEJA traz uma entrevista exclusiva com o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua esposa, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Durante três horas de conversa, o casal abordou uma série de temas, incluindo as acusações enfrentadas, a negação de manter joias e outros bens recebidos durante o mandato presidencial e a alegação de serem alvo de perseguição por parte do atual governo.
Michelle Bolsonaro abordou questões como sua relação com o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, a descoberta das joias recebidas dos Emirados Árabes e a resposta às acusações feitas por Janja Silva, sua sucessora na posição de primeira-dama, que afirmou ter encontrado problemas no Palácio da Alvorada, como janelas quebradas, tapetes rasgados e até mesmo o desaparecimento de imóveis.
Em resposta, Michelle alega que o palácio já estava em estado precário quando assumiram e optaram por remover os móveis para um depósito da Presidência, substituindo-os pelos itens que decoravam sua casa no Rio de Janeiro. Já os novos moradores gastaram cerca de R$ 400 mil em dinheiro público para renovar a decoração do palácio.
A ex-primeira-dama afirma ainda que o casal chegou a oferecer para Lula e Janja ficarem na Granja do Torto durante a transição, mas eles não toparam. “Optaram por ficar em um hotel, porque eles pregam o que eles não vivem. Eles pregam o socialismo, mas amam os luxos que o capitalismo pode oferecer. É contraditório. Quer pregar isso, tudo bem. Mas viva o que defende”, ironizou Michelle.
A ex-primeira-dama também acusou Lula e Janja de perseguirem funcionários do Palácio da Alvorada, mencionando que apenas três colaboradores permaneceram no local após a chegada do novo governo. Ela questionou a necessidade dessa “maldade” e destacou que vários funcionários que a acompanhavam tinham experiência em governos anteriores e eram apartidários.
“O Lula perseguiu funcionários de 20 anos que ganhavam 1.300 reais, que serviram inclusive o governo dele. Qual a necessidade dessa maldade? Vários funcionários que estavam comigo vieram do governo dele, serviram o Temer. A gente viu que eram pessoas apartidárias e que estavam ali pelo trabalho”, contou a ex-primeira-dama. Segundo Michelle, o administrador foi expulso e até mesmo escoltado pela Polícia Federal.
Em relação à vacinação contra a Covid-19, Michelle explicou que tomou a vacina durante uma viagem aos Estados Unidos em 2021. Ela esclareceu que o objetivo não era ser imunizada fora do Brasil, pois as doses já estavam disponíveis no país naquele momento.
Michelle também revelou que um médico tentou convencer o casal a se vacinar, e apesar das objeções de Bolsonaro, ela concordou em receber a vacina. Com um tom mais leve, a ex-primeira-dama brincou que pelo menos perdeu o título de “negacionista” e enviou uma mensagem ao marido com uma imagem de jacaré, em alusão às declarações anteriores de Bolsonaro. “Olha, eu não virei”.
Durante a entrevista à VEJA, Michelle também abordou a polêmica em relação às suas contas pessoais e a perseguição que afirma estar sofrendo desde que ingressou na política. A entrevista completa está disponível na edição impressa da revista VEJA, que chega às bancas hoje (19).
