Biden pede aos americanos que tenham “confiança” no sistema bancário após duas falências

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O presidente Joe Biden insistiu, nesta segunda-feira (13), que o sistema bancário dos Estados Unidos está “seguro”, tentando acalmar os ânimos depois da falência de dois bancos nos últimos dias e que provocou temores no mercado. “Seus depósitos estarão lá quando você precisar deles”, disse Biden.

Apesar da mensagem da Casa Branca, os investidores continuaram a vender ações de bancos. As ações do First Republic Bank caíram mais de 70%, mesmo depois que o banco disse que estava acessando fundos de emergência do Federal Reserve (Banco Central americano), bem como fundos adicionais do JPMorgan Chase.

Os reguladores dos EUA fecharam o Banco do Vale do Silício na sexta-feira, depois que os depositantes correram para sacar seus fundos de uma só vez. Foi a segunda maior falência de um banco na história dos Estados Unidos, atrás apenas da falência do Washington Mutual em 2008. O Signature Bank, com sede em Nova York, também faliu.

Falando da Casa Branca pouco antes de uma viagem à Costa Oeste, Biden disse que buscaria responsabilizar os responsáveis e pressionou por uma melhor supervisão e regulamentação dos bancos maiores . Ele prometeu que nenhuma perda seria deixada aos contribuintes.“Precisamos obter a contabilidade completa do que aconteceu”, disse ele. “Os americanos podem ter confiança de que o sistema bancário é seguro.”

Biden também disse que os gerentes dos bancos deveriam ser demitidos. “Se o banco for adquirido pelo FDIC, as pessoas que dirigem o banco não devem mais trabalhar lá”, disse ele, referindo-se ao Federal Deposit Insurance Corp., agência responsável por garantir a estabilidade do sistema bancário.

Reguladores internacionais também tiveram que intervir para aliviar os temores dos investidores. O Banco da Inglaterra e o Tesouro do Reino Unido disseram ter facilitado a venda de uma subsidiária do Silicon Valley Bank em Londres para o HSBC, o maior banco da Europa. O acordo protegeu 6,7 bilhões de libras (US$ 8,1 bilhões) em depósitos.

De acordo com o plano anunciado pelos reguladores dos EUA, os depositantes do Silicon Valley Bank e do Signature Bank, incluindo aqueles cujas participações excedem o limite de seguro de US$ 250.000, poderão acessar seu dinheiro na segunda-feira. Sob um novo programa do Fed, os bancos podem colocar esses títulos como garantia e tomar empréstimos do mecanismo de emergência.

O Tesouro reservou US$ 25 bilhões para compensar quaisquer perdas sofridas. Autoridades do Fed disseram, no entanto, que não esperam ter que usar esse dinheiro, uma vez que os títulos dados como garantia têm um risco muito baixo de inadimplência.

Embora as medidas de domingo tenham marcado a intervenção governamental mais extensa no sistema bancário desde a crise financeira de 2008, as ações foram relativamente limitadas em comparação com 15 anos atrás.

Os próprios dois bancos falidos não foram resgatados e o dinheiro do contribuinte não foi fornecido a eles. Entre os clientes do banco estão várias empresas, incluindo muitas vinícolas da Califórnia que dependem do Silicon Valley Bank para empréstimos.

Haddad pede ‘atitudes’
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse hoje (13) que o BC (Banco Central) deve tomar “alguma providência” em relação à quebra do SVB (Silicon Valley Bank) na última sexta-feira (10).

Ele disse que o governo federal está em sintonia com os bancos brasileiros e com o BC para saber das percepções de risco para a economia brasileira. “É grave o que aconteceu. O Fed [Banco Central dos EUA] agiu no fim de semana e a autoridade monetária do Brasil vai ter que tomar alguma providência em virtude dos efeitos sobre as economias periféricas. Isso não está claro ainda e nós vamos acompanhar ao longo dia. Eu e Gabriel Galípolo [secretário executivo do Ministério da Fazenda] estamos em sintonia com os bancos brasileiros e com o presidente do BC”, disse durante painel E Agora, Brasil?”, organizado pelos jornais Valor Econômico e O Globo.


Fontes: Associated Press; Poder360
Foto: reprodução vídeo

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