O banco norte-americano J.P. Morgan divulgou hoje (11) uma atualização de suas projeções econômicas para o Brasil e reduziu suas estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para os anos de 2025 e 2026.
Segundo o relatório, a economia brasileira deve entrar em recessão na segunda metade de 2025, pressionada pelos desdobramentos do tarifaço promovido pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e pelo cenário global adverso.
De acordo com o novo cenário traçado pelos analistas do banco, a previsão de crescimento do PIB brasileiro em 2025 foi ajustada de 2,2% para 1,9%, enquanto a projeção para 2026 caiu de 1,5% para 1,2%.
“Embora o Brasil esteja entre as economias menos afetadas diretamente pelas tarifas, com o J.P. Morgan Global Research estimando uma chance de 60% de uma recessão mundial e prevendo um declínio no crescimento do PIB dos EUA este ano, agora acreditamos que a economia brasileira enfrentará uma desaceleração mais acentuada no segundo semestre do ano”, escreveram os economistas Cassiana Fernandez, Vinicius Moreira e Mirella Mirandola Sampaio.
O trio destaca ainda que um agravamento da instabilidade nos mercados financeiros e um avanço das incertezas podem intensificar a queda da atividade econômica no país. “É a interação deste choque externo com fragilidades preexistentes da economia brasileira que, na nossa visão, levarão à uma recessão na segunda metade do ano”, afirmam.
Apesar do impacto direto da tarifa de 10% imposta pelos EUA sobre produtos brasileiros ser estimado em 0,3 ponto percentual no PIB, devido à baixa dependência do comércio exterior, os analistas avaliam que o efeito global pode ser mais severo.
O relatório também aponta que o Brasil pode se beneficiar de um eventual redirecionamento de fluxos comerciais, como ocorreu após 2018, quando a China substituiu produtos agrícolas norte-americanos por brasileiros.
“O Brasil e os EUA são competidores no mercado de commodities, e o desenho das políticas americanas está engatilhando retaliações. Na nossa visão, o processo de substituição que caracterizou as importações chinesas após 2018, quando a China desviou das importações agrícolas dos EUA para produtos brasileiros, poderia ocorrer de forma semelhante na China novamente e em outros países”, concluem. E mais: Vídeo mostra populares orando enquanto Bolsonaro é colocado na ambulância. Clique AQUI para ver. (Foto: Palácio do Planalto; Fonte: Valor Investe)
