Reportagens do portal O Antagonista desta quarta-feira (14) e do colunista Tales Faria, do portal UOL, apontam que Arthur Lira e Lula negociam cargos no governo petista para que aconteça a aprovação da ‘PEC da Transição”, na Câmara dos Deputados”.
Segundo Tales Farias, do UOL, estava previsto para hoje (14) o anúncio de Lula (PT) de sua Ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima, atual presidente da Fiocruz. Entretanto, diz o jornalista, Nísia informou a integrantes da equipe de transição que o próprio Lula lhe avisou que o anuncio não mais sairia por agora.
Diz a reportagem: “A versão que corre na bancada do Partido dos Trabalhadores é que o anúncio foi suspenso por pressão de Lira. O deputado teria sido informado de que seu principal adversário político em Alagoas, o senador Renan Calheiros (MDB), estava cotado para assumir o Ministério da Integração. Lira, então, resolveu oferecer ao futuro governo uma nova fórmula para aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Transição: em troca do comando da pasta da Saúde para seu grupo, ele garantia o voto a favor do texto de um grupo que chamou de “consórcio de deputados”. Seriam cerca de 150 integrantes do seu partido, o PP, do União Brasil, PSDB e Cidadania, entre outras legendas”.
Já segundo o portal O Antagonista, “numa reunião a portas fechadas com emissários do novo presidente, o deputado, segundo integrantes do PT, pediu dezenas de cargos de primeiro, segundo e terceiro escalões para sua ‘base’ — incluindo os ministérios da Saúde, Minas e Energia, a presidência da Caixa, da Codevasf e de Furnas –, além de R$ 20 bilhões a R$ 25 bilhões de verba do novo orçamento sob seu comando”.
Ainda de acordo com os jornalistas que assinam a reportagem de Antagonista, Claudio Dantas e Wilson Lima, o acordo já foi até selado, resultando inclusive na alteração da Lei das Estatais, ontem à noite, que permite que Aloizio Mercadante assuma a presidência do STF.
O projeto original do que foi votado ontem previa “apenas” o aumento do gasto de empresas públicas com publicidade, dos atuais 0,5% para 2% da receita bruta operacional. Mas mudou-se o texto em cima da hoje para garantir a redução da quarentena de quem participou de campanha política, como é o caso de Mercadante.
“Com esses 150 deputados, somados ao MDB, a outros partidos que também ganharão ministérios, e à base de apoio a Lula já formada no Congresso, haveria votos mais que suficientes para aprovar a PEC na Câmara. Integrantes da Equipe de Transição ouvidos pela coluna (do UOL) negam que Lula vá se render à pressão do presidente da Câmara. Mas deputados do PT estão insistindo com o futuro presidente que sem o apoio de Arthur Lira a PEC dificilmente será aprovada”.
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