Armínio Fraga diz que Lula tem razão em sugerir que consumidor não compre o que está caro

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Arminio Fraga, que comandou o Banco Central entre 1999 e 2002, no governo FHC, surpreendeu ao concordar com uma fala de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o combate à inflação dos alimentos, durante uma aula magna no Impa Tech, curso de matemática voltado para tecnologia e inovação, no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (17/3). A reportagem é da Folha de SP.

Em entrevista a uma rádio baiana em 6 de fevereiro, Lula sugeriu que os brasileiros boicotassem itens caros nos supermercados.

“Se você vai num supermercado aí em Salvador e desconfia que tal produto está caro, você não compra. Se todo mundo tiver essa consciência e não comprar aquilo que acha que está caro, quem está vendendo vai ter que baixar [o preço], senão vai estragar”, declarou o presidente na ocasião.



“Lula apanhou quando falou para pessoas procurarem outro alimento, mas tem razão. Se o preço está caro, a pessoa procura outro alimento. O preço dos alimentos varia”, afirmou Fraga, endossando a lógica de mercado por trás da ideia. Ele ponderou, no entanto, que o petista “não está sendo muito feliz em algumas declarações”, mas destacou a pertinência do conselho.



“Inflação de alimentos é parte do mundo da inflação. Não tem milagre. É bom tomar cuidado para não impedir o investimento nesses setores, mas é um item que flutua com os preços internacionais, com a taxa de câmbio, com fatores climáticos”, completou, referindo-se às medidas do governo, como a isenção de impostos de importação sobre carne, café, açúcar e milho, para aliviar os custos.



Apesar do apoio pontual, Fraga fez ressalvas ao terceiro mandato de Lula, que, segundo ele, não repete o brilho dos anteriores. “Eu sou admirador da história do presidente Lula, mas eu acho que ele não está repetindo o desempenho que ele teve nas presidências anteriores. Inclusive porque o entorno é mais difícil, não tem controle no Congresso.

Mas a falta de ideias me parece algo bem preocupante”, analisou, apontando um cenário político e econômico mais adverso. No plano global, ele expressou inquietação com as políticas de taxação anunciadas por Donald Trump.



“Numa economia global que já anda frágil, que já anda em um mundo estratégico cheio de problemas, não faz muito sentido. Pensar na eficiência do Estado, [estou] totalmente de acordo, desmantelar o Estado, [estou] totalmente contra”, declarou, sinalizando os riscos de medidas protecionistas em um mundo instável. Clique AQUI e nos apoie! E mais: Eurofama anuncia compra de grande empresa de cosméticos. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução vídeo; Fonte: Folha de SP)

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