Luiz Inácio Lula da Silva, após cancelar eventos com o candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), fez uma transmissão ao vivo ao lado do aliado no último sábado.
Durante a live, Lula criticou a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) em relação ao apagão que atingiu São Paulo no final de semana anterior, com foco na falta de manutenção das árvores da cidade. Assim como Boulos, o presidente apontou a responsabilidade da prefeitura pelos problemas enfrentados.
“Todo prefeito e vereador sabem que toda vez que chove tem problema de árvore. Era obrigação do prefeito ter podado. Não podou porque não olha para cima”, disse Lula, em referência à falta de poda preventiva.
Lula também afirmou que o apagão não foi causado por fatores naturais, mas sim por falhas na gestão. Ele argumentou que, se a Enel — concessionária de energia na capital — tivesse agido de forma adequada e se as árvores tivessem sido devidamente podadas, os paulistanos teriam sofrido menos com a interrupção do fornecimento de energia.
Além disso, o presidente criticou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp), responsáveis pela fiscalização do setor, afirmando que ambas falharam em suas funções.
“Nós temos uma agência de regulação que não regula e não fiscaliza, foi feito convênio com a agência de fiscalização de São Paulo que também não regula e fiscaliza, e temos a Prefeitura que assumiu o compromisso e não fiscaliza”, destacou Lula durante a transmissão.
O prefeito Ricardo Nunes, que concorre à reeleição, rebateu as declarações de Lula, afirmando que as críticas são “lamentáveis” e destacando que a maior parte dos problemas de falta de energia não teve relação com a queda de árvores. Segundo Nunes, no pico do apagão, 111 mil imóveis ficaram sem luz, mas a maioria das interrupções ocorreu por outros motivos que não estavam relacionados à vegetação.
“É lamentável um presidente da República se prestar a um papel desse. Hoje, nós tivemos muitos desligamentos de energia e pouquíssimos casos são relacionados a árvores. A grande maioria foi sem ser relacionado a árvores, isso demonstra a ineficiência da Enel. Eu esperava do presidente Lula uma atitude em defesa da cidade de São Paulo e não um comportamento desse”, afirmou Nunes.
O prefeito também mencionou que a Aneel já sinalizou a possibilidade de notificar a Enel sobre a caducidade do contrato de concessão do serviço de distribuição de energia na capital, o que pode resultar em uma intervenção ou revisão do contrato da empresa. Veja abaixo (o som da gravação está baixo)
