A ‘Aliança Democrática’ (AD) de Portugal, frequentemente rotulada como de ‘centro-direita’ pela imprensa internacional, emergiu como vencedora das eleições gerais de domingo (10), declarou seu líder, Luis Montenegro.
O bloco vencedor é formado pelo PSD (Partido Social Democrata), CDS-PP (Centro Democrático Social – Partido Popular) e PPM (Partido Popular Monárquico). Segundo a CNN Portugal, ainda falta contabilizar os votos de estrangeiros com cidadania portuguesa, com 4 votos em disputa.
Agora, após a vitória, fica a incerteza se Montenegro conseguirá formar governo sem o apoio do Chega, partido conservador de direita, com quem o líder do ‘AD’ rejeitou qualquer forma de negociação.
Enquanto isso, o Chega, liderado por André Ventura, mais do que quadruplicou sua representação parlamentar, conquistando pelo menos 48 assentos na legislatura de 230 lugares.
Esse resultado destaca uma tendência política mais inclinada para a direita não só em Portugal, mas em toda a Europa. É importante lembrar que a Itália, há cerca de dois anos, elegeu o governo da conservadora Giorgia Meloni. Na Espanha, o partido Vox também promete crescer nas próximas disputas legislativas. A Hungria é liderada por Viktor Orbán há bastante tempo.
— André Ventura (@AndreCVentura) March 11, 2024
Anteriormente, o principal adversário de Montenegro, Pedro Nuno Santos, admitiu a derrota depois que seu Partido Socialista (PS), de inclinação esquerdista e no poder desde 2015, ficou em segundo lugar por uma margem estreita. Santos descartou apoiar a plataforma da AD, que centralizou sua campanha em propostas de cortes fiscais generalizados.
O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa ainda precisa formalmente convidar o líder da AD para formar governo. O país europeu tem um sistema de governo semipresidencialista, o que significa que há a figura de um presidente (responsável pelos temas de estado) e o primeiro-ministro, que de fato governa nas questões fundamentais ao país.
Rebelo expressou a esperança de que o Partido Socialista e o Chega “não se unam em uma aliança negativa para impedir o governo que os portugueses desejam”.
A AD e seus aliados conservadores na região insular da Madeira conquistaram um total de pelo menos 79 assentos, superando os 77 do Partido Socialista.
Enquanto isso, o Chega, liderado por André Ventura, baseou sua campanha em uma mensagem anti-establishment, prometendo combater a corrupção e criticando a imigração descontrolada. Ventura disse aos jornalistas que a votação de domingo “demonstrou claramente que os portugueses querem um governo da AD com o Chega”. Anteriormente, ele afirmou que Montenegro seria responsável por qualquer instabilidade política se continuasse a recusar-se a negociar.
O PS e o Partido Social Democrata (PSD), que lidera a recém-criada AD, têm se alternado no poder desde a queda do governo militar em 1974.
As questões que dominaram a campanha no país mais pobre da Europa Ocidental incluem uma crise habitacional paralisante, com preços de aluguéis em disparada, baixos salários, problemas de saúde e a corrupção, vista por muitos como endêmica nos principais partidos. E mais: ‘O Passado Promete’: Guilherme Fiuza lança novo livro em São Paulo. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução redes sociais; Fonte: Reuters; CNN Portugal; Gráficos: reprodução CNN PT)