Abin avisou sobre risco de violência na véspera de invasão em Brasília

direitaonline



Reportagem dessa segunda-feira (9) da Folha de S. Paulo indica que a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) produziu diversos alertas acerca do risco iminente de ataques a prédios públicos, como aconteceu no último domingo (8).

Ainda segundo a reportagem, o material foi distribuído para todos os integrantes do Sisbin (Sistema Brasileiro de Inteligência), rede que une 48 órgãos em 16 ministérios. “Conforme a ANTT [Agência Nacional de Transportes Terrestres], houve aumento do número de fretamentos de ônibus com destino a Brasília para este final de semana. Há um total de 105 ônibus, com cerca de 3.900 passageiros. Mantêm-se convocações para ações violentas e tentativas de ocupações de prédios públicos, principalmente na Esplanada dos Ministérios”, diz o despacho revelado pelo jornal paulista.

A Folha aponta que tentou falar com o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), a quem a Abin está subordinada, sem sucesso. Enviou também uma mensagem questionando o ministro Flávio Dino (Justiça), que tem centralizado parte da reação oficial à crise. O veículo alega que com os relatórios da ABIN, “recebido por diversos órgãos do Ministério da Defesa”, teria sido possível providenciar uma estrutura capaz de impedir as invasões.

“Segundo um oficial-general do Exército, o sistema de inteligência da Força dificilmente não teria visto a movimentação, dado que tinha elementos infiltrados no acampamento desmontado nesta segunda (9) à frente do seu Quartel-General em Brasília”. O máximo autorizado pelo Ministro da Justiça de Lula foi o envio de 150 homens da Força Nacional, o que ficou provado não ser suficiente.

Na reportagem da Folha, especialistas ouvidos entendem que há duas hipóteses para explicar as invasões de 8 de janeiro. “A primeira foi o relaxamento do governo Lula após a posse sem incidentes do presidente, associado ao fato de que o novo governo considera o GSI uma unidade militar bolsonarista a ser depurada.”

Lula nomeou um general de sua confiança, Gonçalves Dias, para comandar o órgão, mas retirou dele a função de segurança presidencial. “Essa desconfiança pode ter travado o caminho dos alertas produzidos pela Abin, na visão de integrantes da agência”, diz o texto. Já integrantes do governo apontam no caminho inverso, de que pode ter havido leniência por parte do GSI.

Fontes apontadas pela Folha também indicam que há reclamações em relação ao trabalho do Ministro da Defesa de Lula “José Múcio parece ter ficado vendido sobre a inação dos militares, que consideravam o acampamento na frente de quartéis inócuo”.

Nas redes sociais, a deputada Federal Bia Kicis divulgou a mesma reportagem da Folha para criticar a intervenção federal no Distrito Federal. “E agora, Flavio Dino, e agora, Lula? Essa intervenção no DF é absurda. É uma farsa!”

 

E veja também: Polícia Federal libera mulheres com filhos pequenos e idosos detidos em acampamento no DF. Clique AQUI para ver.


Fonte: Folha de S. Paulo
Foto: reprodução vídeo

Gostou? Compartilhe!
Next Post

Moraes diz que “terroristas” detidos em ginásio querem que prisão “seja colônia de férias”

Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse hoje (10) que todos aqueles que financiaram ou incentivaram a invasão ao Congresso, seja por ação ou omissão, serão punidos no rigor da lei, além dos próprios que invadiram as sedes dos Três Poderes no domingo (8). Moraes deu a declaração […]