Haddad culpa Campos Neto pela alta da Selic

direitaonline

Durante entrevista à Record News na noite desta terça-feira (24), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, demonstrou insatisfação com o patamar atual da taxa Selic, fixada em 15% ao ano.

Embora tenha evitado críticas diretas ao atual presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, Haddad atribuiu o cenário a decisões tomadas na gestão anterior, sob o comando de Roberto Campos Neto, que deixou o cargo no fim de dezembro.

Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, foi frequentemente contestado pela equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Galípolo, por sua vez, assumiu a presidência do BC em janeiro deste ano, por indicação do atual governo.

“Estou preocupado, evidentemente. É uma taxa de juros muito restritiva, muito acima da inflação projetada. Está muito restritiva”, declarou Haddad.

Ele apontou que a decisão de manter os juros elevados foi, na verdade, antecipada ainda em dezembro de 2024, na última reunião com participação de Campos Neto.

“Essa alta, sendo muito honesto, quem é do ramo sabe, foi contratada na última reunião da qual participou o Roberto Campos em dezembro [de 2024]. É como se tivesse estabelecido uma contratação futura da taxa”, afirmou.

O ministro ressaltou a necessidade de estabilidade nas diretrizes da política monetária. “O BC não pode dar ‘cavalo de pau’ em política monetária, porque vai perder credibilidade. Tem que ter muita cautela”, alertou.

Ainda durante a entrevista, Haddad revelou que se reuniu com o presidente Lula para discutir novas soluções de crédito imobiliário voltadas à classe média, com garantias adicionais. Estiveram presentes no encontro Galípolo e o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

“É uma ideia muito interessante e está em desenvolvimento neste momento. Vem sendo gestada há muitos meses, ainda tem a reta final de ajustes”, comentou. Segundo ele, o plano está sendo finalizado em conjunto com o BC, o Ministério das Cidades e a Caixa Econômica Federal.

Ao defender a ampliação do crédito habitacional no país, Haddad apontou o potencial de crescimento do setor. “O Brasil tem um crédito imobiliário na casa de 10% do PIB. Tem países como o Chile que é 30%. Na Austrália, é mais do que 100% do PIB. Então, nós temos uma avenida para percorrer”, disse. Ele acredita que as ações em estudo ajudarão a “alavancar uma indústria que é fundamental para o desenvolvimento do país, que é a indústria da construção civil”.

Por fim, Haddad comentou a nova regra que passou a aplicar IOF sobre operações de risco sacado. Ele justificou a mudança como um fechamento de lacuna que permitia que empresas evitassem o pagamento do imposto.

“O IOF sempre existiu sobre operações de crédito. Várias instituições financeiras começaram a driblar o Imposto sobre Operações Financeiras com uma metodologia de dizer que uma coisa que é crédito não é crédito. O governo fechou a porta dessa transgressão”, concluiu. (Foto: Ag. Senado; Fonte: Valor)

E mais:

Curso: A História de Israel

Que tal começar a compreender um pouco deste país em uma metodologia fácil, prática e exclusiva? Aprenda com profundidade e clareza sobre os acontecimentos que moldaram Israel ao longo dos séculos.


Acesse o curso agora

Imagem do curso A História de Israel

Nova pesquisa mostra rejeição ao governo Lula

Trump alerta para possível retomada do conflito entre Israel e Irã

Hospitais privados poderão trocar dívidas por atendimento no SUS

Gostou? Compartilhe!
Next Post

Chevrolet antecipa novidades e oferece descontos de até R$ 40 mil em Onix e Tracker

A Chevrolet se prepara para apresentar, no dia 8 de julho, cinco veículos de uma só vez — entre eles, os renovados Onix, Onix Plus e Tracker, que lideram as vendas da marca no Brasil. Para abrir espaço para a nova linha 2026, a fabricante está oferecendo promoções agressivas nos […]