Meta responde sobre conta no Instagram atribuída a Mauro Cid

direitaonline

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo e tornou públicas nesta segunda-feira (23) as respostas enviadas pela Meta e pelo Google sobre uma conta de Instagram investigada por supostamente ter sido usada pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), para tratar de sua delação premiada.

As informações entregues pelas empresas reforçam a suspeita de que o perfil era, de fato, controlado por Cid.

Segundo documento encaminhado ao STF, a Meta identificou que a conta @gabrielar702 foi criada no dia 19 de janeiro de 2024 com um e-mail vinculado ao nome do militar.

Além disso, o cadastro foi feito com um número de celular pertencente à esposa de Cid, Gabriela. A data de nascimento registrada na conta também bate com a do ex-ajudante de ordens: 17 de maio de 1979. O Google confirmou que o e-mail usado foi criado ainda em 2005.

A revelação confronta diretamente o depoimento prestado por Mauro Cid ao STF. No interrogatório, quando questionado pelo advogado Celso Vilardi — que representa Jair Bolsonaro — se teria discutido o acordo de colaboração por redes sociais, Cid negou. E, ao ser perguntado sobre o perfil @gabrielar702, afirmou não reconhecer a conta como sendo de sua esposa e garantiu que não usou redes sociais para tratar da delação.

A quebra de sigilo das plataformas foi autorizada por Moraes após a revista Veja publicar reportagens apontando que o perfil em questão teria sido utilizado por Cid para conversar sobre a delação. A defesa do ex-ajudante de ordens reagiu, classificando o conteúdo como “falsidade grotesca” e solicitou ao STF a apuração da origem da conta.

O material entregue pela Meta incluiu registros de IPs utilizados para acessar o perfil entre maio de 2023 e junho de 2025, conforme intervalo determinado pelo STF. As informações corroboram que o perfil foi usado ativamente no período em que a delação estava sendo negociada com a Polícia Federal.

A situação se agravou com a revelação de que o advogado Eduardo Kuntz, defensor do coronel da reserva Marcelo Câmara, foi o interlocutor nas conversas com o perfil @gabrielar702. Em mensagens trocadas com Cid, o militar afirmou que os delegados da PF queriam “colocar palavras” em sua boca e que esperavam ouvir a palavra “golpe” durante o acordo.

Para comprovar a identidade de quem estava do outro lado da conversa, Kuntz chegou a pedir que Cid enviasse uma foto. Diante dessas evidências, Moraes determinou a prisão de Marcelo Câmara por descumprimento de medidas cautelares — ele estava proibido de se comunicar com outros investigados, inclusive por intermédio de terceiros. Também foi aberta uma investigação contra o advogado Kuntz, acusado de ajudar a burlar essas restrições.

Além de Kuntz e Câmara, um dos destinatários das mensagens era Paulo Amador Cunha Bueno, advogado que integra a equipe de defesa do ex-presidente Bolsonaro. O conteúdo das conversas agora está sob análise da Corte, que apura se houve tentativa de interferência ou obstrução de justiça por parte dos envolvidos. (Foto: STF; Fontes: EBC; CNN; Poder360)

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