8 de Janeiro: Nunes Marques diverge de Moraes e vota por condenação de réu a 2 anos e 6 meses

direitaonline



O ministro Kassio Nunes Marques, revisor das ações criminais relacionadas aos atos ocorridos em 8 de janeiro, no STF (Supremo Tribunal Federal), proferiu seu voto nesta quarta-feira (13), opinando pela condenação do primeiro réu julgado no caso a uma pena de 2 anos e 6 meses, em regime aberto, com desconto dos meses já passados na prisão. São cerca de 9 meses já detido.

Ele ressalta que isso deve ocorrer somente se a maioria dos ministros do Supremo entender que a corte tem competência para julgar o caso, uma vez que, em sua visão, o processo deveria tramitar na primeira instância. Foi a mesma linha de defesa adotada pelo advogado do réu.

Kassio Nunes Marques costuma apresentar votos divergentes da maioria dos ministros ao analisar o recebimento das denúncias da PGR (Procuradoria-Geral da República) referentes ao 8 de janeiro.

Antes do voto de Kassio, o relator do caso, Alexandre de Moraes, havia votado pela condenação do réu a uma pena de 17 anos, sendo 15 anos e 6 meses em regime fechado, além de 100 dias-multa, cada um correspondendo a um terço do salário mínimo, o que equivale a mais de R$ 40 mil, considerando os valores atuais.

O julgamento no STF foi suspenso após o voto de Kassio e será retomado na manhã desta quinta-feira (14), às 9h30, com a manifestação do ministro Cristiano Zanin.

O primeiro réu julgado no STF relacionado aos eventos de 8 de janeiro é Aécio Lúcio Costa Pereira, ex-funcionário da Sabesp, que foi preso em flagrante no interior do Congresso pela Polícia do Senado.

Kassio Nunes Marques comentou sobre o caso, afirmando: “Embora o acusado tenha negado a prática de delitos, as fotos e vídeos por ele postados por meio de seu aparelho de telefone celular, por meio de áudio e texto, valorados em conjunto indissociável com a prova testemunhal, demonstra o contexto da criminalidade em concurso de pessoas”.

Além disso, destacou que Pereira se juntou aos manifestantes que entraram violentamente no edifício do Congresso, contribuindo para os danos e a deterioração do patrimônio tombado do Congresso Nacional.

O ministro votou pela absolvição dos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e associação criminosa.

Durante o interrogatório após sua prisão, Pereira alegou ter ido a Brasília a convite de amigos que acampavam em frente ao quartel do Exército em São Paulo, próximo ao Parque Ibirapuera, e faziam parte do grupo Patriotas. Ele afirmou que seu objetivo era “lutar pela liberdade” e que não tinha conhecimento sobre o procedimento necessário para alcançar esse objetivo, como depor Lula. Pereira negou ter danificado bens do Congresso.

 

E veja também: Moraes vota por condenação a 17 anos de cadeia a primeiro julgado pelo ‘8 de Janeiro’. Clique AQUI para ver.

Gostou? Compartilhe!
Next Post

Roberto Jefferson vai a júri popular

A Justiça Federal do Rio de Janeiro tomou uma decisão importante nesta quarta-feira (13/9) ao determinar que o ex-deputado federal Roberto Jefferson seja submetido a um júri popular devido ao caso em que atirou e lançou granadas contra agentes da Polícia Federal (PF) que estavam cumprindo um mandado de prisão. […]