Uma análise do portal UOL revelou que quase metade dos 38 ministros do governo Lula (PT) ocupam cargos em conselhos de empresas e fundações, além de receberem salários por essas funções. A maioria desses ministros tem filiação ou ligações diretas com o Partido dos Trabalhadores.
De acordo com dados obtidos até o final de fevereiro através da LAI (Lei de Acesso à Informação), pelo menos 17 ministros, o que corresponde a 45% do total, desempenham funções em conselhos administrativos ou fiscais de empresas e fundações, tanto do setor privado quanto público. As indicações geralmente partem das próprias pastas que esses ministros comandam ou do governo federal.
Do grupo de 17 ministros identificados, 12 são filiados ou possuem vínculos diretos com o Partido dos Trabalhadores, enquanto outros três são indicados da base e apenas dois são do chamado centrão.
Em resposta às indagações, a Secom (Secretaria de Comunicação) afirmou que as indicações estão em conformidade com a legislação em vigor. É importante destacar que a remuneração adicional por esses cargos pode alcançar até R$ 36 mil.
Os ministros desempenham essas funções em conselhos de entidades públicas, mistas e privadas, sendo que as atividades geralmente envolvem reuniões mensais, com carga horária variada.
Apenas três dos indicados são de partidos diferentes do PT: Alexandre Silveira (PSD), que ocupa o Ministério de Minas e Energia; Carlos Lupi (PDT), responsável pela Previdência Social; e Juscelino Filho (União Brasil), que está à frente das Comunicações.
Em entrevista, Anielle Franco (Igualdade Racial) indicou sua intenção de se filiar ao PT para concorrer como vice na chapa de Eduardo Paes (PSD) à Prefeitura do Rio.
Destaca-se o caso do ministro Vinicius Carvalho, da CGU (Controladoria-Geral da União), que, apesar de ex-filiado ao PT, participa de dois conselhos.
Lupi e Esther Dweck (PT), de Gestão e Inovação, também já acumularam duas funções, mas deixaram o conselho fiscal do Sesc no ano passado. Veja a lista abaixo!
• Alexandre Padilha (PT), Secretaria de Relações Institucionais: Conselho Fiscal do Sesc
• Alexandre Silveira (PSD), Minas e Energia: Conselho de Administração da Itaipu Binacional
• Anielle Franco, Igualdade Racial: Conselho de Administração Tupy S.A.
• Camilo Santana (PT), Educação: Conselho Fiscal do Senac
• Carlos Lupi (PDT), Previdência Social: Conselho de Administração Tupy S.A.
• Esther Dweck (PT), Gestão e Inovação: Conselho de Administração Itaipu Binacional
• Fernando Haddad (PT), Fazenda: Conselho de Administração Itaipu Binacional
• Jorge Messias, AGU: Conselho de Administração Brasilprev Seguros e Previdência S.A.
• José Múcio, Defesa: Conselho de Administração Companhia Estadual de Gás do Rio de Janeiro – CEG
• Juscelino Filho (União Brasil), Comunicações: Conselho Deliberativo da Sistel
• Luiz Marinho (PT), Trabalho e Emprego: Conselho Fiscal do Sesc
• Márcio Macêdo (PT), Secretaria-Geral: Conselho Fiscal do Senac
• Mauro Vieira, Relações Exteriores: Conselho de Administração Itaipu Binacional
• Paulo Pimenta (PT), Secom: Conselho Fiscal do Senac
• Rui Costa (PT), Casa Civil: Conselho de Administração Itaipu Binacional
• Silvio Almeida, Direitos Humanos e Cidadania: Conselho de Administração da Companhia Distribuidora de Gás do Rio de Janeiro – CEG
• Vinícius Carvalho, CGU: Conselho Fiscal da Brasilcap Capitalização S.A. e Conselho de Administração da Tupy S.A.
Ainda de acordo com o UOL, o ex-ministro da Justiça, Flávio Dino (então PSB) também integrava o conselho fiscal do Senac. Com sua indicação ao STF, ele foi substituído em dezembro por Márcio Macêdo.
Vinicius Carvalho, da CGU (Controladoria-Geral da União), ex-filiado ao PT, participa de dois conselhos. Lupi e Esther Dweck (PT), de Gestão e Inovação, também chegaram a acumular duas funções, mas deixaram o conselho fiscal do Sesc no ano passado. E mais: Trump muito próximo de finalizar prévias republicanas. Clique AQUI para ver. (Foto: Palácio do Planalto; Fonte: UOL)