A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) se mostrou emocionada e contrariada com a recente declaração de Jair Bolsonaro, em que o ex-presidente afirmou que a parlamentar foi responsável pela sua derrota nas eleições de 2022.
Em entrevista à CNN nesta quinta-feira (27), Zambelli disse que ficou profundamente triste com as palavras de Bolsonaro, considerando o peso da acusação. “Essa declaração me deixou bastante entristecida, é um peso muito grande para uma pessoa carregar”, afirmou.
Zambelli esclareceu que não tomará a iniciativa de procurar Bolsonaro. “Ele tem meu telefone, se achar que deve me ligar, ele me liga”, declarou. A deputada também acredita que o ex-presidente eventualmente perceberá que a situação envolvendo ela não foi o fator determinante para sua derrota nas urnas. “Acho que, um dia, o Bolsonaro vai perceber que não necessariamente o que aconteceu comigo foi o que tomou a eleição dele”, completou.
Sobre o episódio que envolveu a deputada e o uso de arma em São Paulo, que foi citado por Bolsonaro como um fator crucial, Zambelli fez questão de esclarecer sua versão.
“Eu jamais sacaria a arma para qualquer pessoa na rua”, afirmou. A deputada explicou que o ato de sacar a arma aconteceu apenas após ouvir um estampido de tiro e que, no momento da perseguição, a arma não estava visível. “O policial deu voz de prisão para o [jornalista] Luan [Araújo] e ele fugiu. Quando ele começou a correr, ele me chamou de prostituta”, relatou Zambelli.
A relação entre a deputada e Bolsonaro ficou abalada após esses acontecimentos, mas, segundo Zambelli, ela ainda conta com o apoio do ex-presidente e de sua bancada no PL. Contudo, a parlamentar garantiu que não tomará a frente para retomar o contato com o ex-mandatário.
Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para condená-la por porte ilegal de arma, mas o julgamento foi interrompido por um pedido de vista de Nunes Marques. Além disso, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) cassou seu mandato por questionar publicamente o resultado das eleições, embora o caso ainda seja analisado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).